Em "Tormenta - Reflexos e Traumas do Passado," o leitor é lançado em uma história arrebatadora e cheia de reviravoltas, onde os demônios do passado ameaçam destruir o presente. A trama segue Mariana, uma mulher marcada por uma infância de dores profundas, e que, após um incidente traumático, se vê forçada a confrontar as sombras de sua própria história. À medida que tenta reconstruir sua vida, ela se depara com antigos segredos, revelações dolorosas e um relacionamento que, a princípio, parecia ser a cura para suas feridas, mas acaba sendo mais uma tempestade em sua vida. A cada página, a autora mergulha o leitor em uma montanha-russa de emoções, explorando as complexas dinâmicas familiares e os traumas que moldam nossa identidade. Com uma narrativa intensa e comovente, "Tormenta - Reflexos e Traumas do Passado" é um convite a refletir sobre como o passado pode nos aprisionar, mas também nos transformar, se tivermos coragem de enfrentar os nossos medos mais profundos. Prepare-se para uma leitura intensa, que desafia os limites da memória, da redenção e da capacidade humana de se reerguer diante das tempestades da vida.
Leer másMeu nome é Janaína Bianconi, tenho 29 anos, sou morena de cabelos longos e encaracolados, preto. Tenho olhos grandes, redondos e castanhos. Casada desde 2006 com Michael Klein, que tem se mostrado um grande e fiel companheiro e foi a chave de mudança da minha vida. Ele tem 34 anos. Trabalhador, porte elegante, alto, alguns quilinhos a mais, nada que me fizesse gostar menos dele, afinal gordura não dita caráter. Ele tem cabelos castanhos claros, olhos pequenos cor de mel, usa óculos desde criança. É simpático, lindo e carinhoso. Fruto do nosso casamento temos uma filha linda chamada Raquel Bianconi Klein de 4 anos. Ela é morena clara, cabelos curtos ondulados e castanhos, olhos redondos e expressivos. Desde que Raquel nasceu nossa vida se transformou, ela deu um novo rumo à nossa vida.
Quero contar a vocês minha história de superação. Não qualquer superação por morte de alguém ou por tristeza de algum objetivo não alcançado. A SUPERAÇÃO que eu luto desde criança e não havia conseguido até agora, no momento em que escrevo essa história.
Quero inspirar os leitores a conhecer minha história e saber que para tudo existe saída, mesmo quando todo o caminho é tenebroso e parece que o único fim é o fundo do poço. Confesso que já estive em um lugar em que considerava ser o fundo do poço, mas alguém me deu a mão, me regatou com amor e paciência.
A luta é contínua, não existem milagres ou um estalo de dedos que faça tudo desaparecer como num passe de mágica, mas existe saída. O importante é nunca desistir e nunca parar de lutar.
Minha história começa quando ainda era menina. Eu sempre fui aquela garota que ninguém queria como amiga, e que abaixava a cabeça sempre que alguém falasse. Que ficava com as bochechas rosadas quando alguém elogiava! Sofri bullying na escola, não sabia o que era isso, mas agora compreendo tudo o que eu passava, e sei diferenciar brincadeira de bullying.
Sofri abusos do meu pai quando tinha oito para nove anos, fiquei com traumas por isso. Ainda fui perseguida até os onze anos por ele, eu não sabia o que era abuso, só ficava com aquilo na cabeça, depois de velha. Mais ainda depois de casada passei a entender que aquilo era abuso infantil.
Meu primeiro relacionamento foi aos treze anos, um namoro conturbado. Ele era ex da minha irmã, o que complicou mais ainda, porém, dentro de todas as tradições da família, ele fez tudo direito (para meus pais), mas tive minha primeira desilusão amorosa aos quinze anos com esse futuro esposo que agradava a todos. Me decepcionei grandemente e quis morrer, então tentei meu primeiro suicídio. Eu não sabia o quanto isso mudaria minha vida, e que demônios me perseguiriam o resto da minha vida.
Foi assim que começou minha longa e dolorosa vida turbulenta, até um momento de dar um ponto final, foi difícil, porém, nada é impossível, e vencer é para todos aqueles que lutam sem desistir, que tenha persistência e vontade. E se estou aqui contando minha história, acredito ser uma vencedora.
Adquiri depressão severa com distúrbios psicóticos, e depois tive em meu histórico muitas tentativas de suicídios, muitas brigas, revoltas, choros e muitas consultas sem sucesso a psicólogos variados.
Até encontrar uma psicóloga que enfim percebeu que meu problema era grave e me encaminhou para o psiquiatra, me indicando um conhecido dela, me garantindo que ele solucionaria meu problema.
Começamos um tratamento com psiquiatra, o que não é um final feliz, mas que resolve a vida de muitas pessoas e, acreditem, eu encontrei felicidade onde acreditava não mais existir, consegui enfim viver.
Bom, muitos julgam que depressão é frescura, outros pensam que é a falta de Deus, alguns acreditam que essa doença nem exista, eu mesmo encarei muitas dessas pessoas ao longo da minha vida me dizendo que eu tinha que buscar a Deus, que eu tinha que reagir. Ninguém que não passa por isso, não consegue entender o que é realmente a depressão, e somente nos sentimos a vontade para falar sobre isso com o profissional da área, isto é, se a pessoa se sentir à vontade de procurar um profissional, pois somente ele compreenderá de fato a situação.
Quando conheci Michael, eu não sabia ainda da doença. Tornei a vida dele um inferno, em alguns momentos eu me sentia capaz de mata-lo, e como não conseguia fazer isso, tentei tirar minha própria vida, e após várias tentativas de suicídio, ele me convenceu a procurar ajuda.
Meu casamento já estava por um fio, Michael, era um homem paciente e compreensivo, por isso, enfrentou com muita luta, os problemas e conseguiu me ajudar, fazendo com que assim ajudasse a si próprio, pois depois de algum tempo de ciúmes doentio, críticas, ofensas e julgamentos infundados, ele apresentou alguns sintomas de depressão também, nós procuramos ajuda psicológica, juntos, em apenas duas consultas ele já decidiu que seria mais forte do que eu para poder me ajudar, deu alguns “tapas na cara”, e recuperou-se.
Enquanto eu tirava sua paz, ele se mantinha com a cabeça no lugar, me apoiava e me levava nas consultas. Gastava fortuna com os remédios que fossem necessários, ele só se importava em me ver bem.
Enquanto eu fazia vários tratamentos, ou tentativas de tratamento, fiquei grávida da minha primeira filha, Raquel foi um presente de Deus e uma resposta dos anjos ao meu tratamento, já que depois do seu nascimento, nossa vida mudou completamente. Não brigávamos mais com a mesma frequência de sempre, apesar de ainda não estar curada completamente. Raquel foi a parte mais importante da minha recuperação.
Alguma sombra do mal, quis tirá-la de mim, porém as forças maiores, decidiram que ela viveria e traria muita alegria em nossas vidas.
Apesar de tudo parecer normal, em algumas de minhas crises psicóticas eu tentava tirar minha vida, sem sucesso. Com o auxílio de Michael, eu conseguia continuar aqui, nessa vida, nesse plano, e com o auxílio dos anjos, conseguimos levar nossa vida tranquilamente, não somos perfeitos, não somos melhores que ninguém, mas alguém forte e poderoso, nos proporcionou uma vida tranquila e sem dor.
Caro leitor se prepare para ler a história mais triste e inspiradora da sua vida.
Se tem algum problema psicológico, quero deixar claro que esta história possui altos gatilhos emocionais sobre o suicídio.
Três anos depois Hoje, eu não sei dizer se alcancei o grande futuro, mas estou me sentindo tão feliz que não poderia reclamar nem dizer que não era isso que eu queria. Continuei escrevendo pois, reconheci que na escrita eu poderia desabafar, ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema que eu e acreditam não ter nenhuma saída. Desde que iniciei na escrita, muitas pessoas me procuram para dar entrevistas e esclarecer dúvidas sobre a depressão. Eu sempre digo que não sou expert, mas encontrei uma forma de lidar com meu problema sem ter vontade de me matar o tempo todo e sem prejudicar a vida dos meus familiares e amigos, principalmente das pessoas que me amam e estão à minha volta todo o tempo. Tive uma segunda filha que tem uma história incrível também. Ela nos trouxe tanta alegria que hoje só de ver ela debruçada na cama assistindo peppa pig no celular, mesmo eu sabendo que não é bom para crianças, eu sorrio feito uma boba.
Recuperando a vidaAssim que voltei a tomar os remédios, minha disposição voltou, comecei a acordar cedo, e limpava toda a casa, todos os dias, porém eu não tinha nada para fazer em meu tempo livre, e nada que me trouxesse conforto e valorização.Quando comecei a me sentir a “empregada”, procurei algo para fazer, algo que realmente me valorizasse, algo que eu pudesse sentir orgulho depois e me lembrei que eu tinha um talento, tirando lá do fundo do baú, encontrei o meu talento.Comecei a fazer crochê, e comecei a todo vapor, fiz uma página de divulgação no facebook e trabalhava arduamente para divulgar os trabalhos e pegar encomendas, enquanto isso resolvi fazer alguns vestidos no meu número, que se caso não vendesse, ficaria para meu uso.Eu terminava um vestido a cada duas semanas, consegui fa
GatilhoEra uma tarde, eu estava sentada em frente ao computador, fazendo alguns backups do celular, enquanto minha filha brincava no quintal silenciosamente, eu esperava pelo menos 15 minutos para ver o que ela estava fazendo.Ela entrou no quarto eufórica e ansiosa para me mostrar algo, quando olhei para minha filha não pude conter o espanto, foi um choque, não sabia o que fazer, então comecei a chorar desesperadamente.Minha filha tinha cortado todo seu cabelo, e de um lado, quase na raiz, além de cortar, o que eu jamais permitiria, ela estava com uma tesoura de 30cm na mão, corria um grave risco de se machucar grandemente, eu a abraçava e chorava amargamente repetindo “porquê? ” “Porque? ”.Eu liguei imediatamente para meu marido, pois precisava desabafar e contar a alguém o que tinha acontecido, eu não sabia o que fazer ou com
O retornoAssim que retornamos para São Paulo, eu precisava voltar ao psiquiatra, para uma avaliação e se necessário renovar a receita, agendei a consulta para dali a duas semanas, enquanto isso fiquei tranquila por não estar tomando o remédio, pois ele me faria engordar mais do que eu já estava.A essa altura eu já tinha engordado dez quilos acima de meu peso normal, eu já estava começando a me preocupar, minhas roupas já não serviam, eu sentia um calor excessivo, e um incômodo nos joelhos.No dia da minha consulta com o psiquiatra, ele me pediu que mantivesse a medicação e ele passaria um remédio a mais, para ajudar a não ganhar mais peso do que estava, eu não gostei muito dessa sugestão, eu queria mesmo era mudar de remédio, pois eu estava virando uma bomba relógio, só engorda
ViagemTínhamos uma viagem, fomos convidados a ser padrinhos de casamento, ficamos muito felizes pela consideração, e, é claro, teríamos que estar apresentável, então decidi fazer meu próprio vestido de crochê, já que estava animada com os crochês, terminei de fazer em duas semanas, na minha opinião ficou perfeito, eu amei.Chegou o grande dia da minha sobrinha, ela iria se casar, para ela já estava passando da hora, mesmo que tinha somente 18 anos, nós, a mãe dela e eu, a aconselhávamos para que ela não fizesse nada de cabeça quente, casamento não era brincadeira, ela poderia sofrer caso não pensasse muito bem antes.Mas, ela estava decidida, era realmente o que ela queria, todas nós estávamos cientes que a pressa dela era de sair de casa e ser independente, nós tamb&eacut
AbstinênciaEu achava que estava bem e que nunca mais precisaria do remédio, eu conseguia dormir, mesmo que depois das duas da manhã, tinha disposição para lavar a louça e cozinhar, já que eram minhas principais funções, minha filha estava sendo bem cuidada.Passou-se exatamente duas semanas sem o remédio, comecei a ter pesadelos horríveis, acordava em menos de duas horas de sono já chorando e gritando, meu marido com seu sono leve, sempre acordava e dizia “calma amor, foi só um sonho”, mas uma ou duas horas depois estava eu lá, agarrando ele e gritando novamente.Certa noite eu estava dormindo, quando minha filha começou a tossir e chorar no quarto, resolvi ver o que era, porém, quando abri meus olhos, me deparo com uma sombra de uma senhora de idade, acariciando o rostinho de um bebê, virei para o meu
Último capítulo