ANASTASIA
Eu me sentei ao lado da cama de hospital de Amie, observando enquanto seu lápis se movia habilidosamente sobre o caderno de desenhos. Suas sobrancelhas estavam franzidas em concentração e seus olhos brilhavam com criatividade.
— Acho que isso somos nós? — Apontei para o desenho dela, que mostrava duas caricaturas que se pareciam conosco, mas sem os pés, todos apontando na mesma direção.
— Sim, mamãe. Somos nós fazendo biscoitos gostosos na cozinha. Eu estou quase adicionando a tia Clara, porque ela também gosta dos seus biscoitos. — Ela disse sem quebrar a concentração.
— E o Dennis?
Ela parou por um momento, o lápis pairando sobre o caderno antes de dar de ombros e continuar desenhando.
— Vou adicionar ele também. Depois da tia Clara, claro. Eu quero ir para casa logo, mamãe. É muito solitário aqui e o cheiro é horrível, de remédios.
Eu senti uma pontada de tristeza, sabendo que teria que deixá-la em breve. Nunca fiquei tanto tempo longe dela, nem um dia inteiro, e agora eu