O som do zíper ecoou pelo quarto de hotel.
Dorian fechava a mala com precisão cirúrgica, como quem empacota não apenas roupas, mas pensamentos que precisavam ficar no lugar.
Francine o observava sentada à beira da cama, abraçando o próprio travesseiro.
— Você tem certeza que não pode mesmo ficar mais uns dias? — a voz dela saiu quase num sussurro.
Dorian ergueu o olhar, e o sorriso breve que deu foi mais triste do que sereno.
— Se eu pudesse, cancelava o voo agora. — Ele se aproximou, sentando-se ao lado dela. — Mas o clima na empresa tá tenso, Fran. Se eu não estiver lá, vai parecer que perdi o controle. E esse é o tipo de cheiro que o mercado adora sentir.
Ela apoiou a cabeça no ombro dele.
— Eu entendo… mas entender não impede de doer.
Ele riu, passando o braço por trás dela.
— Você fala como se eu fosse pra outro continente. São só alguns dias até você ir também.
— “Alguns dias” que eu vou contar no relógio. — Ela se virou de frente pra ele. — Já estou com saudades.
Dorian segurou