Dorian ajeitava a gravata pela terceira vez diante do espelho, a mandíbula rígida, os olhos frios, tentando disfarçar o turbilhão que se agitava por dentro.
Separou três ternos sobre a cama, mas não havia dúvidas: escolheu o de corte impecável em azul-marinho, alinhado milimetricamente ao corpo.
Pegou o estojo de veludo preto e abriu com calma, revelando as abotoaduras de prata.
Segurou-as na palma da mão por alguns segundos, como se aquelas pequenas peças fossem talismãs, e então as fixou nos punhos com gestos calculados.
— Perfeição ou nada — murmurou, quase como um mantra.
A gravata escolhida não era qualquer uma: seda italiana, azul profundo, discreta e imponente.
O tipo de detalhe que falava sem precisar de palavras.
Um sinal silencioso de que estava ali para reconquistar o que lhe pertencia, e ninguém o impediria.
Endireitou os ombros diante do espelho e viu refletida a mistura contraditória de orgulho e medo.
Estava preparado, mas também ciente de que aquela noite p