O relógio da mansão marcava nove da manhã quando os primeiros carros começaram a estacionar diante do portão principal. Jornalistas, fotógrafos e até uma pequena equipe de TV desciam com seus equipamentos, prontos para registrar cada detalhe da vida dos Monteiro.
Camila observava da janela, o coração martelando no peito. Vestia um vestido azul discreto, diferente das cores provocativas que Beatriz costumava impor. Tinha tomado essa decisão sozinha, sem pedir permissão. E esse pequeno ato já era uma forma de resistência.
A porta se abriu bruscamente. Beatriz entrou, impecável como sempre, de vermelho intenso.
— Que ousadia é essa? — perguntou, olhando para o vestido azul. — Eu mandei deixarem preparado o verde esmeralda.
Camila respirou fundo. — Não vou usar. Este me representa melhor.
Beatriz estreitou os olhos, mas manteve o sorriso frio. — Veremos se continua com essa coragem diante das câmeras.
O salão principal estava transformado em cenário. Flores ornamentavam a mesa, quadros ha