Inicio / Romance / Babá por acaso, desejo do Bilionário / 📖 Capítulo 2 – Regras, Silêncios e Uma Casa Cheia de Sombras
📖 Capítulo 2 – Regras, Silêncios e Uma Casa Cheia de Sombras

Camila seguiu a governanta pelos corredores intermináveis da mansão. Cada passo ecoava, revelando o quanto aquela casa era enorme… e solitária.

As paredes ostentavam quadros caros, mas havia algo mórbido na decoração — como se o luxo tentasse mascarar um luto que nunca realmente foi embora.

— O quarto do Lucas é aqui — disse a governanta, Dona Sílvia, abrindo uma porta azul clara. — Ele tem dificuldade pra dormir. Quase nunca aceita alguém novo. Mas… — ela hesitou — ele parece ter gostado de você.

Camila sorriu de leve.

— Ele é doce.

— É carente — Sílvia corrigiu, num tom triste. — Muito carente.

Camila sentiu o coração apertar.

— E o senhor Verdan? — arriscou perguntar. — Ele sempre… é daquele jeito?

Sílvia apenas soltou um suspiro pesado.

— Adrian… perdeu mais do que consegue admitir. E quando um homem poderoso perde, ele endurece. — Ela virou-se para Camila com um olhar grave. — Mas nunca se esqueça de uma coisa: ele observa. Sempre.

Camila engoliu seco.

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Depois de ajudar Lucas a arrumar alguns brinquedos, ela já estava mais à vontade. O menino era inteligente, brincalhão, mas com uma tristeza escondida no fundo dos olhos.

— Você agora mora aqui? — ele perguntou, enquanto empilhava blocos de montar.

— Não — Camila riu suavemente. — Só vou cuidar de você enquanto sua outra babá está no hospital.

— Então você vai embora? — O garoto perguntou com o lábio tremendo.

Camila acariciou seu cabelo.

— Não agora. Vou ficar até você melhorar. Prometo.

A palavra “prometo” parecia ter muito peso dentro daquela casa.

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Horas depois, ao descer para a cozinha em busca de água, ela o viu novamente.

Adrian.

Ele estava inclinado sobre o balcão de mármore, sem terno, apenas com a camisa branca arregaçada até os antebraços — revelando músculos fortes e um relógio elegante. A aparência dele era intimidadora sem esforço.

Ele ergueu os olhos devagar.

— Camila.

Ela parou automaticamente.

— O Lucas dormiu? — ele perguntou.

— Sim. Depois de uma história.

— História?

Ela assentiu.

Ele cruzou os braços e a estudou em silêncio. O olhar dele era profundo demais, como se arrancasse respostas sem fazer perguntas.

— Ele não dormia sozinho há semanas — Adrian disse por fim, a voz baixa. — Interessante.

Aquilo não era exatamente um elogio… mas também não era desprezo. Era análise. Avaliação.

— Você deve seguir algumas regras, Camila. — Ele se afastou do balcão e aproximou-se devagar, como um predador que não tem pressa. — Regra número dois: meu filho é sua prioridade absoluta. Não importa o horário. Se ele chamar, você vai.

Ela assentiu.

— Regra três — Adrian continuou, agora tão perto que o perfume masculino o envolvia — nunca circule pela ala leste da casa.

Camila franziu o cenho.

— Por quê?

O olhar dele endureceu.

— Você não precisa saber. Não questione. Apenas obedeça.

A tensão era tão densa que parecia preencher o ar.

Camila tentou manter a compostura.

— Tudo bem. Eu posso seguir regras.

Ele inclinou a cabeça levemente, avaliando a resposta dela.

— Veremos.

Um silêncio carregado se instalou. Ela percebeu o quanto ele era intenso, quase perigoso, e ao mesmo tempo… havia algo quebrado, algo que ela reconhecia porque também existia nela.

Adrian então deu um passo para trás.

— Última regra por hoje — sua voz saiu mais baixa, quase rouca. — Nunca entre em conflito comigo.

Camila ergueu o olhar, confusa.

— Isso quer dizer…?

— Quer dizer que eu tomo decisões. Você apenas as cumpre. — Ele fez uma pausa significativa. — Mas isso não significa que não observo quando alguém tenta fazer o certo.

Ela sentiu um arrepio correr pela coluna.

— Eu entendi — respondeu, tentando soar firme.

Ele a observou por longos segundos. Longos demais.

— Espero que sim.

Adrian passou por ela, quase sem tocá-la — mas a proximidade dele foi suficiente para sua respiração falhar por um instante. Ele subiu as escadas sem olhar para trás.

Camila ficou ali, na cozinha silenciosa, tentando entender por que…

Por que o coração dela estava tão acelerado.

Por que aquele homem frio mexia tanto com ela.

E por que, no fundo, ela sentia que entrar naquela casa tinha sido mais do que um emprego.

Tinha sido um destino.

E talvez um destino perigoso demais.

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