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📖 CAPÍTULO 6 – Segredos à Meia-Luz

O sol da manhã mal iluminava a ala leste quando Camila desceu para o café da manhã. O aroma do pão fresco e do café recém-passado não a confortava como de costume. Algo em seu peito ainda queimava com o toque da noite anterior, com o olhar de Adrian preso nela, tão próximo, tão impossível.

Lucas corria pela sala, ansioso pelo suco de laranja. Camila sorria para ele, mas sua mente vagava para a porta trancada, o quarto da mãe, o passado que cheirava a dor e silêncio.

— Mamãe? — Lucas perguntou, interrompendo seus pensamentos. — Por que o papai não deixa ninguém ir no quarto da mamãe?

Camila engoliu em seco.

— Porque… algumas lembranças são muito dolorosas, meu amor. Às vezes, precisamos respeitar isso.

Ele assentiu, mas seus olhos curiosos a fitavam com intensidade, como se pressentisse algo que nem ela mesma sabia.

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Mais tarde, enquanto organizava a biblioteca da mansão, Camila percebeu que Adrian estava no mesmo cômodo, sentado em sua poltrona habitual, observando-a em silêncio. Não disse nada, apenas olhava. O ar parecia pesado, carregado de uma tensão que nem o silêncio conseguia dissipar.

— Você parece pensativa — disse ele, a voz baixa, quase um sussurro que fez seu corpo tremer.

— Eu? Só estou… pensando no trabalho — respondeu Camila, tentando soar casual, embora o coração denunciasse o contrário.

Adrian se levantou lentamente, aproximando-se. Cada passo dele ecoava na madeira polida, como se marcasse o compasso de um jogo silencioso.

— Está curiosa, não está? — ele perguntou, parando a poucos metros dela. — Sobre a ala leste. Sobre o que aconteceu ali.

Camila sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Não precisava admitir, mas ele já sabia. Sempre sabia.

— Não… é só que… — tentou desviar o olhar, mas era impossível. O magnetismo de Adrian era como uma força invisível, puxando-a contra sua vontade.

— Não minta para mim — ele interrompeu, a voz firme. — Você sente algo por aquilo que não deveria.

Ela engoliu em seco. Cada palavra dele parecia despir suas defesas, fazê-la vulnerável, exposta.

— Eu só quero entender… — confessou finalmente, em um fio de voz. — Entender você. Entender a dor dele.

Adrian fechou os olhos por um instante. Um gesto raro, humano, que a deixou com vontade de atravessar a sala e tocar nele. Mas ele se recompôs.

— Então saiba — disse, abrindo os olhos com uma intensidade que quase a fez recuar — que algumas portas não foram feitas para serem abertas. Não ainda.

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Mais tarde, Camila ajudava Lucas a desenhar no quarto quando ouviu o ranger da porta da ala leste. Parou, congelada. O som era tão sutil que qualquer outra pessoa poderia não perceber. Mas ela percebeu.

— Lucas… — chamou suavemente. — Você ouviu isso?

O menino olhou para ela com olhos grandes e atentos.

— É o quarto da mamãe… — disse, em um sussurro. — Às vezes a porta se mexe sozinha.

Camila engoliu em seco.

Sozinha? Ou alguém mais estava lá?

Antes que pudesse pensar demais, Adrian apareceu na entrada do corredor, observando-a com uma expressão que misturava alerta e desejo reprimido.

— Eu disse para não abrir — murmurou, aproximando-se. — E não é só sobre a porta. É sobre nós.

Ela sentiu a proximidade dele como uma corrente elétrica atravessando seu corpo. Podia sentir a força contida por trás do olhar dele, o desejo, a dor, a urgência de manter distância… e, ao mesmo tempo, o magnetismo que a puxava cada vez mais para perto.

— Mas eu não tenho medo — disse ela, com uma coragem que a surpreendeu. — Não de você.

O silêncio caiu, pesado, denso. Adrian respirou fundo, o peito subindo e descendo lentamente. O desejo contido nos olhos dele quase a consumiu, mas então ele se afastou um passo, rompendo a proximidade que a fazia tremer.

— Cuidado, Camila — disse, baixo, mas firme. — O que você sente pode ser perigoso… para nós dois.

Ela assentiu, mas não pôde deixar de pensar que, talvez, o perigo fosse exatamente o que a atraía.

Enquanto ele desaparecia pelo corredor, ela percebeu que o frio no peito não diminuía. Pelo contrário. Crescia. Porque a porta da ala leste, o segredo de Adrian, e aquele homem que ela desejava tanto quanto temia estavam todos entrelaçados — e ela não podia, nem queria, se afastar.

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