A casa estava mergulhada no silêncio da madrugada, com exceção do som ocasional do vento suave balançando as árvores do lado de fora. O relógio digital na cabeceira de Dominic marcava 03:07. Ele acordou com a garganta seca, o tipo de sede que parecia surgir do nada, como se tivesse engolido um deserto inteiro.
Passou as mãos pelo rosto, resmungando baixo, e jogou as cobertas de lado. Ainda meio sonolento, levantou-se e seguiu para a cozinha, descendo os degraus da escada em silêncio — ou pelo menos o máximo de silêncio possível.
Assim que virou o corredor, percebeu que a luz da cozinha estava acesa. Franziu o cenho. Aquilo era incomum. Quando chegou à entrada, parou. Leslie estava de costas, lavando uma mamadeira na pia. Vestia uma camisola de renda preta que, mesmo sendo modesta em tecido, era um atentado direto contra o seu autocontrole.
— O que você está fazendo acordada? — Dominic perguntou, a voz rouca e grave de sono.
Ela olhou por cima do