Vincenzo D'Angelis
Hoje era o grande dia, o dia em que eu me uniria a Antonella, corpo e alma, selando uma aliança não apenas conjugal, mas também uma parceria inquebrável dentro desse mundo brutal e implacável que é a máfia. Noi due contro il mondo, como dizemos.
A igreja onde a cerimônia acontecia era imensa, com tetos altos e afrescos que pareciam tocar o céu. Uma grande ironia, considerando que mafiosos devotos ao catolicismo é uma contradição gritante. Mas, você sabe como é, a vida na famiglia está cheia dessas contradições. A aparência externa de santidade escondendo a escuridão em nossos corações.
Eu estava em pé no altar, ajustando os punhos do meu terno preto de quatro peças. Ao meu lado, mio cugino Guilhermo e zio Leonardo, ambos com elegantes ternos azul-escuros e gravatas de um tom de rosa que contrastavam com a rigidez dos nossos semblantes. Do outro lado, onde Antonella se posicionaria, estavam mia sorella Giulia e zia Luiza, ambas radiantes em seus vestidos de madrinha