Julie Davenport
Passava das cinco da noite, e a pobre criança estava exausta, sentada em uma mesa que mal alcançava os olhos há horas, assistindo à aula que entediou até a mim. Observei os pés inquietos balançando e o início da catástrofe.
— Não quelo! — Lily empurrou a pilha de livros no chão. — Quelo ver desenho. — Gritou, desesperada.
Encarei de longe, incapaz de me intrometer, por que, primeiro: nem saberia o que fazer. Segundo, estava adorando o show da pequena coisinha irritada. Lily tinha personalidade, e não deveria ser feita de robô corporativo por que o pai queria que fosse assim. Estava perdendo os melhores momentos da infância atrás de livros chatos. Que se dane todo o blá, blá, blá de que ela agradeceria mais tarde. Não agradeceria coisa nenhuma!
— Hei, atenção aqui, senhorita Sinclair! — O professor bateu o lápis contra a mesa. — Pegue! — Exigiu.
Lily fez um biquinho emburrado, balançando os pequenos pés que não chegavam ao chão. Senti pena da garota quando cruzou os br