Luna Lotti
Ainda sinto um peso nos olhos; a náusea e a tontura me dominam quando a enfermeira ergue a cabeceira da maca.
Uma mulher de aparência elegante, trajando jaleco, entra na sala e me cumprimenta.
— Como você está se sentindo, Luna?
— Parece que minha alma foi separada do meu corpo. Hera, eu simplesmente não me reconheço. Estou toda dolorida.
— É compreensível que esteja se sentindo assim. Ainda está sob efeito da anestesia. Sua cirurgia foi complexa. A bala da arma se alojou em uma alça do seu intestino. Apesar da gravidade do ferimento, conseguimos agir a tempo. Ganhou uma segunda chance, querida. Essa situação poderia ter sido fatal se tivesse atingido um órgão mais vital.
— Eles não estavam tentando me matar.
Hera concorda com um movimento de cabeça, compreendendo o que quis dizer.
— Vou ficar de plantão hoje. Se precisar de qualquer coisa, estarei aqui.
— Obrigada, Hera. — Minha voz soa rouca e ressecada.
— Atena, você poderia verificar a diurese dela e administrar um medi