Ao aceitar o pedido de ajuda de um amigo envolvido com a máfia, Dominik Santoro, presidente do clube de motoqueiros mais badalado do Texas, descobre a existência de segredos obscuros do passado que ameaçam abalar as estruturas do clube. Enquanto isso, Luna Lotti, se vê obrigada a fugir das ameaças de uma pessoa até então desconhecida e viver com a sua filha no Black Scorpions sob a proteção de Dominik. O reencontro dos dois é inevitável, bem como a paixão inesquecível que tiveram em uma única noite e que ainda se mostrará presente em suas vidas. Luna e Dominik terão momentos de amor e ódio, pois a falta de confiança irá surgir diante dos erros cometidos e os desafios perigosos trazidos pela máfia. Será que o sentimento vivido no passado será forte o suficiente para trazer o perdão após a descoberta da verdade?
Leer másLuna Lotti
Um ano e meio antes…
Quando meu irmão Lorenzo, o chefe da máfia Lotti, providenciou a minha mudança para a cidade de Santa Fé, no Novo México, nunca imaginei que minha vida mudaria tanto.
Uma casa foi comprada no bairro de La Tierra, que está situada a noroeste do centro da cidade, em uma área mais afastada e tranquila. O bairro é conhecido por sua atmosfera rural, com amplas áreas de terreno aberto e paisagens naturais. A natureza exuberante se mostra presente a cada canto, com colinas verdejantes, vales serenos e a vegetação típica da região que dá um toque especial à paisagem.
A decoração cuidadosa da casa reflete o estilo de vida de seus moradores. No meu quarto, a janela permite uma vista privilegiada para o jardim meticulosamente mantido, onde as flores desabrocham em cores vibrantes. Lorenzo, sempre atento aos meus gostos, mandou construir um gazebo próximo às flores, oferecendo um refúgio aconchegante para que eu possa sentar e apreciar a tranquilidade enquanto leio um livro.
Observo o ambiente com um olhar apreciativo, notando cada detalhe que mostra o carinho e a atenção que foram dedicados a ele. A cama de casal, com lençóis brancos impecáveis, convida ao descanso e à serenidade. Uma TV foi estrategicamente posicionada na parede em frente à cama, para que eu possa desfrutar de momentos de entretenimento e relaxamento. O vaso com flores frescas é colocado com elegância em cima da mesinha de café ao lado do sofá de dois lugares, trazendo um toque de beleza natural ao ambiente.
A segurança da casa é uma prioridade, dada a localização mais afastada. Do lado de fora, vejo dois seguranças circulando pela propriedade, ostentando suas armas, garantindo que tudo permaneça protegido e seguro. Entre eles está Kai, meu segurança pessoal, que ao longo do tempo se tornou não apenas um protetor dedicado, mas um verdadeiro amigo em quem posso confiar plenamente.
Cada elemento da casa contribui para criar um ambiente acolhedor, mas também seguro, que se encaixa perfeitamente com o cenário sereno do bairro La Tierra. A sensação de paz que sinto aqui é incomparável, e sou grata por ter um lugar tão especial para chamar de lar, onde posso desfrutar da tranquilidade e da beleza da natureza ao meu redor.
Lorenzo andava preocupado em me proteger depois dos últimos acontecimentos envolvendo o Cobra, uma organização mafiosa ainda desconhecida para nós, mas que vinha nos causando sérios problemas.
Por isso que ele achou melhor me manter longe por um tempo, alegando que só assim poderia se concentrar em descobrir quem está por trás disso tudo.
Como eu cresci na máfia, entendo como tudo funciona e não posso reclamar do que Lorenzo faz, mesmo sendo impiedoso com muitos que atravessam o seu caminho, sempre foi carinhoso e protetor comigo. E é por ele ser assim, que jamais me forçaria a casar com alguém mais velho como outras mulheres na máfia são obrigadas por seus pais.
Após a morte do nosso pai, ele assumiu o poder de direito e fez algumas mudanças, mas alguns associados não aceitaram bem essa sua decisão e por isso tentam tirá-lo da liderança. Contudo, Lorenzo nunca permitiu ser atingido e sempre acabou descobrindo quem eram os traidores, que por fim, acabaram conhecendo seu lado ruim.
Hoje, com vinte e cinco anos, me considero uma mulher forte e não a princesinha da máfia como alguns imaginam. Aprendi a lutar e a atirar, mesmo contra a sua vontade, mas foi isso que um dia me permitiu salvar a sua vida.
Após isso ter acontecido e meu irmão ter visto com seus próprios olhos a minha agilidade e pontaria, confessei que treinava todos os dias desde o meu sequestro, sete anos atrás. E finalmente, ele concordou com a minha escolha e resolveu se exercitar junto comigo.
Suspiro, sentindo falta desses momentos.
Ouço Kai me chamar após duas batidas na porta, tirando-me dos pensamentos e me apresso em atendê-lo.
— Ei, garota, vou até a cidade, acompanhando alguma das meninas da cozinha, comprar o que estamos precisando para abastecer a despensa. Quer que eu traga alguma coisa para você?
— Sim, aqueles bombons que eu amo. — Ele sorri com um canto dos lábios e me dá um beijo na testa antes de ir embora.
Vou para o banheiro tomar um banho e coloco um short azul claro de tecido leve, com uma camiseta branca e resolvo me deitar para descansar um pouco já que aqui não se tem muito o que fazer.
Acordo com o meu celular tocando e vejo que é o Kai me ligando, o que acho estranho já que só pedi os bombons:
— Oi, gigante. — Atendo, ainda sonolenta.
— Luna, vá para o esconderijo agora. — Ele diz, nervoso. — Sento-me na cama, agora completamente desperta.
— O que está acontecendo?
— Estão me seguindo e já recebi tiros contra o carro.
— Você está bem? — Grito apavorada e me levantando às pressas.
— Fique tranquila, o carro é blindado, agora faça o que eu te pedi. — Grita.
— Estou indo. — Digo.
— Vou tentar despistá-los.
O esconderijo fica na despensa, uma sala que só pode ser aberta com os códigos do Kai, do Lorenzo e o meu. Fecho a porta e encontro uma cama de solteiro, um frigobar bem abastecido e alguns mantimentos. Verifico o monitor e vejo que está tudo tranquilo por aqui, apenas os seguranças rondando a residência. Meu celular volta a tocar, é o Lorenzo, atendo.
— O que está acontecendo, Enzo?
— Você está bem, Luna? — Pergunta.
— Estou bem, estou segura. — Respondo, ainda de olho para o monitor. — E o Kai, como está ele?
— Conseguiu despistar os carros. Vai demorar um pouco, mas já estamos trocando de carro. Daqui a pouco eu chego aí, mantenha-se segura.
— Ok, te espero.
— Me sento na cama e cruzo os dedos das mãos para esperar eles chegarem, sem deixar de me preocupar.
Depois de um tempo, onde não consigo parar de andar de um lado a outro, a porta se abre e vejo Enzo entrar, então corro e o abraço.
Meu irmão me dá um beijo na testa e eu suspiro aliviada.
— Já passou, agora está tudo certo. — Diz.
Vamos para a sala, onde o Kai está sentado com os antebraços sobre as pernas, olhando para o nada, mas quando me vê, se levanta, vindo até mim, e eu o abraço.
— Você está bem? — Pergunta.
— Estou, agora que vocês estão aqui. — Digo, sentando-me no sofá.
— Ótimo, então agora posso voltar para casa. — Lorenzo fala com ar de irritação e eu apenas o encaro. — Preciso descobrir quem fez isso, me liguem se precisarem.
Ele vem até a mim e eu me levanto para receber o seu abraço apertado e um beijo em minha testa antes de sair.
Uma semana depois, tudo está tranquilo, então resolvo sair à procura de Kai e falo que quero sair um pouco. Ele aceita, porém diz que ligará para o Lorenzo antes.
Faço uma careta, mas entendo que ele nunca me colocaria em risco, então aceito que ele faça a ligação.
— Tem sorte, garota. Você pode ir em um clube que pertence a um amigo dele, lá vai ser seguro.
Sorrio vitoriosa e bato palminhas feito uma criança, olhando para ele, que retribui o riso com um balançar de cabeça. Sigo para o meu quarto, para me arrumar.
Escolho um vestido preto colado ao corpo, uma sandália de saltos altos, também na cor preta, e deixo meus cabelos soltos. Após passar um batom vermelho, dou uma última olhada no meu visual e sorrio satisfeita. Estou pronta.
Sigo em direção à sala e encontro Kai sentado na poltrona, próximo à janela, mexendo em seu celular.
— Podemos ir. — Chamo sua atenção, que me olha admirado.
— Você está linda, Luna!
— Obrigada. — Respondo, satisfeita.
Ao sairmos, vejo que um dos carros já se encontra parado na frente de casa, nos aguardando.
— Kai, hoje eu quero beijar. — Digo animada enquanto entro no carro.
— Vou ficar observando-a à distância para cuidar de você. — Fala, achando graça do que acabo de contar.
Quando chegamos no clube, há uma grande fila para entrar, mas Kai vai até o segurança na porta e diz algo, o que libera a nossa entrada.
Ao entrar, olho à minha volta e gosto do que vejo. O ambiente é de um clima muito sensual. Vou direto para o bar, pedir uma bebida, mas são muitas pessoas circulando e por eu estar observando a movimentação do espaço, acabo esbarrando em um homem de puro músculo.
Olho para cima, pois ele não deve ter menos de 1,90 de altura — diferente de mim, que tenho apenas 1,65 — e peço-lhe desculpas.
Porra, que homem lindo é esse?
Que homem, nossa senhora das mulheres virgens!
Mal percebo, mas já estou analisando-o por completo e noto suas tatuagens nos braços, seus cabelos bagunçados, sem contar os belos olhos azuis e uma boca perfeita para beijar.
Lorenzo LottiComo o chefe da máfia, todos acham que não tenho sentimentos, e, na verdade, não tenho. Porém, existem exceções, como minha irmã e minha sobrinha, para quem sinto um amor incondicional.Desde os meus nove anos, fui treinado para assumir o cargo de chefe quando meu pai se aposentasse, mas a vida me presenteou quando o homem a quem chamava de pai foi envenenado. Eu tinha 21 anos quando tive que assumir o seu lugar.Foram anos de treinamento, ou melhor dizendo, de tortura. Apanhei muito, sofri com a fome e a sede, já que do meu pai eu só esperava pelo pior. Como ver minha mãe morrer lentamente sob suas mãos asquerosas em uma emboscada, dois anos depois.Ela sempre foi um ser de luz; sua alegria, mesmo em meio à tristeza, era o que me dava paz. Mesmo sabendo que levaria uma surra, ela cuidava dos meus ferimentos quando eu voltava machucado dos treinamentos.Depois disso, deixei claro para ele que, se ele tocasse em Luna, eu o mataria sem piedade. Ele sabia que eu falava séri
Luna LottiEstou na ONG com as Fênix, Maia e Deana, discutindo minhas oscilações de humor e minha libido nas alturas, chegando a um ponto em que me sinto uma ninfomaníaca. Os rapazes estão evitando me encontrar, o que me diverte, especialmente porque Dominik anda se escondendo. De repente, recebo uma mensagem de Dominik avisando que ele e Lorenzo estão vindo para cá, pois precisam fazer uma reunião. Olho para o celular e faço uma careta.— O que foi? — Pergunta Maia.— Esse sossego estava bom demais para ser verdade. — Falo. — Vamos ter uma reunião daqui a pouco, ou seja, algo deve ter acontecido ou está para acontecer.Depois do casamento, as coisas estão calmas, mas parece que essa tranquilidade acabou. Isso me deixa preocupada, especialmente porque estou grávida e não posso correr riscos. O Cobra chegou a atacar alguns carregamentos da máfia, mas tivemos sorte em apenas alguns casos.Tentei acompanhá-los, mas, como sempre, Kai ficou atrás de mim, não me permitindo fazer nada que pu
Dominik SantoroSeis meses depois...— Quem poderia imaginar que um dia eu estaria me escondendo de uma mulher? — Pergunto enquanto me ajeito na cadeira.— Os hormônios devem deixá-la enlouquecida, só pode ser isso! — Luke comenta, claramente assustado, se escondendo ao meu lado, assim como Lorenzo.— Cara, eu adoro sexo, mas ela está sugando até minha alma, Luna me procura o tempo todo para fazer amor. — Digo, exausto.— Fui pegar Aurora e deixei um copo em cima da mesa de centro, ela quase me fez engolir o copo, saí de lá correndo. — Lorenzo passa as mãos nos cabelos. — Havia esquecido como ela ficou na gravidez.— Ela chorou vendo uma propaganda na TV, e quando eu ri, ela chorou ainda mais, dizendo que eu estava rindo dela. — Falo.— Como você aguenta? Viu por que fujo de relacionamentos? Mulheres já são difíceis, e na gravidez só piora. Estou fora.— Eu a amo, e quando ela chora, a seguro no colo e dou carinho, mesmo que ela pareça a Cruella.— Cara, tenho medo dela. — Luke parece
Dominik Santoro— De vocês? — Minha expressão provavelmente entrega minha incredulidade, pois Lorenzo pega as fotos para explicar.— Sim! Essa aqui é a Luna. — Ele mostra a foto em que a criança está sozinha. — E esta outra, dos dois bebês, um sou eu. Já o outro, eu não faço ideia de quem seja.Fico perplexo, e esta é a melhor palavra para descrever meu estado neste momento. Luna também parece estar boquiaberta.— Essas fotos estavam no microchip. — Falo, sentando-me.— Mas por que diabos o Cobra quer essas fotos? — Luna pergunta, saindo do transe.— Não faço ideia, nada faz sentido. — Falo, levantando-me e indo até o bar para pegar uma bebida.— Adoraria saber quem é esse bebê ao meu lado na foto. — Lorenzo ainda segura a imagem.— Ele se parece com você. — Luna diz exatamente o que eu estou pensando.— Sim, é verdade. — Ele concorda. — Mas até onde sei, não temos parentes.— Então precisamos descobrir por que diabos ele quer essas fotos. — Falo, tentando montar o quebra-cabeça.— Po
Dominik SantoroQuando entro em casa, Maia está sentada no sofá, então pergunto com um toque de curiosidade:— Cadê as garotas?— Foram descansar. Ela responde com uma perceptível apreensão.— E você, não está cansada? — Pergunto, arqueando uma sobrancelha em questionamento, e noto que Maia está nervosa.— Queria saber sobre o meu pai. Como ele era? — Ela pergunta, seus olhos buscando conforto.Sento-me no sofá com um sorriso nostálgico e começo a contar o quão maravilhoso Mark foi.— Ele era um cara incrível! Quando perdemos nossos pais, ele se tornou nosso pilar. Nos acolheu, cuidou de nós, nos deu amor e, é claro, vários puxões de orelha quando precisava. — Lembro-me das broncas que ele costumava dar, e sorrio. — Cuidava da Deana como se ela fosse uma criança, e ela sabia exatamente como tê-lo na palma da mão.Maia sorri e isso me estimula a contar mais.— Ele não hesitava em tomar decisões difíceis quando necessário, sempre guiado por sua integridade e senso de justiça. Sua bondad
Dominik SantoroOlho para a mulher que acaba de entrar com Deana, e meu coração dispara, deixando-me paralisado.— Quem é você? — Pergunto com uma aceleração frenética no peito.— Sou Maia.— Nossa prima, Dom. — Deana completa, sorrindo.— Traidora desgraçada! — Lisa grita, transtornada, e avança em direção a Maia, mas a loira a segura pelo pescoço e diz bem perto do seu rosto.— Posso até morrer, mas não vai ser agora. Afinal, você está na fila, e hoje quem morre é você. Lisa tenta correr, mas eu a seguro.— Você tem muito o que explicar, não acha? — Falo ironicamente.— Não adianta mentir mais, Lisa. Sei onde você foi hoje à tarde. Implantei um rastreador em você. Agora nos conte o que tanto conversava com aquele homem? — Pergunta Luna.— Vamos para a sala vermelha. — Digo, arrastando Lisa comigo.Abro a porta e a jogo lá dentro, esperando os outros entrarem, e a fecho.— Agora pode nos explicar, Luna, como descobriu que ela é a traidora? — Peço, apontando para Lisa, que está na mi
Último capítulo