Kaelith desapareceu tão repentinamente quanto surgiu, deixando para trás apenas a esfera de luz — a primeira chave. Miguel a segurou com cuidado. Era quente, viva. Um fragmento de algo maior.
— E agora? — perguntou Mateo.
Elisa, com olhos distantes, respondeu antes que qualquer um pudesse pensar:
— O segundo portador está em um lugar onde o tempo não segue regras. Um espelho quebrado do mundo... onde o ontem e o amanhã se misturam.
— Um reflexo — disse Valéria. — Um mundo espelhado.
Miguel assentiu.
— O véu nos mostrou coisas que não fazem sentido. Talvez lá encontremos esse lugar.
Com a ajuda da chave de Kaelith, eles abriram um novo portal. Era feito de luz líquida, como um espelho em constante colisão. Do outro lado: uma cidade congelada no tempo. Relógios quebrados, pássaros imóveis no ar, pessoas paradas como estátuas — cenas de vidas suspensas.
Caminharam entre os ecos até encontrarem uma figura solitária, sentada no topo de uma torre de vidro. Tinha os olhos vendados, mas parec