MAITÊ
ALGUMAS HORAS ATRÁS...
Eu não conseguia parar de olhar para o celular. A tela apagada, fria, me devolvia o eco do meu desespero. Ele tinha dito que voltaria hoje. Que estava chegando de viagem. Mas até agora, nada. Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação atendida. Só o silêncio — um silêncio que gritava no meu peito.
Lembrei do último telefonema. Ele me perguntando como foi o meu dia. Eu menti. Menti por omissão. Não contei que encontrei Caio no parque. Não contei que ele me fez aquela proposta estranha, que falou de amor, que confessou ter se apaixonado por mim.
Por que eu não disse a verdade? Por receio? por não saber como Arthur receberia essa notícia? Talvez os dois. Porque, no fundo, eu sabia que Arthur estava desconfiado, que ele não confiava mais em mim. E o silêncio dele naquela noite parecia confirmar que eu tinha perdido algo importante.
Fiquei ali, no quarto, sentada na beirada da cama, olhando o bebê dormir tranquilamente. Benício era o único motivo que me impedia de explo