ARTHUR CASTELLANI
Sentei na poltrona do meu escritório com um copo de uísque ainda intocado nas mãos. A televisão ligada no mudo exibia imagens do noticiário da noite, e meu nome estampado na tela me gelou a espinha.
"Empresário Arthur Castellani é acusado de homicídio em depoimento polêmico. Viúva afirma que ele matou sua esposa embriagado."
As palavras estavam lá. Escancaradas. Vomitadas para o país inteiro.
O nome do homem que dava a entrevista era Maxwel Dantas. E ele sorria para as câmeras como se estivesse ganhando um prêmio.
— Não foi um acidente. Ele sabia o que estava fazendo. Minha mulher atravessava a faixa de pedestre e ele veio feito um foguete. Tava bebendo, todo mundo viu. E agora está aí, vivendo no luxo, enquanto eu enterrei minha mulher. Ele é um assassino, e vai pagar.
Trinquei o maxilar. Apertei o copo de cristal até sentir a pressão do vidro contra minha palma. Aquilo estava tomando proporções públicas. A imprensa já mordia o sangue.
Meu celular vibrou sobre a mes