Dean desceu as escadas em silêncio, o coração pulsando em um ritmo estranho, como se algo dentro dele tivesse sido levemente deslocado — um fio de emoção puxado de onde ele julgava não existir mais nada.
A mansão estava mergulhada em penumbra, envolta em um silêncio tão profundo que parecia respirar em uníssono com seu próprio desespero.
As luzes do corredor principal estavam apagadas, e apenas o abajur da biblioteca projetava uma claridade suave sobre os móveis de carvalho, criando sombras dançantes que pareciam se engraçar da sua inquietação.
O cheiro de couro dos livros e do uísque adormecido no copo de cristal parecia mais forte do que de costume, como se os objetos antigos da casa estivessem absorvendo sua dor e desilusão ao longo dos anos.
Ele deixou o paletó sobre a poltrona e passou a mão pelo rosto, tentando dissipar as brumas da confusão que o enredavam. Podia sentir ainda o eco da voz de Rachel — doce, quase maternal demais — e