O vento frio da manhã atravessava as vidraças do escritório, espalhando o cheiro de chuva e papel úmido.

Dean mantinha o olhar fixo na cidade lá fora, mas a mente distante. Desde que ouvira o nome Rachel nos lábios do detetive, uma estranha inquietação o acompanhava — algo que crescia em silêncio, como uma verdade que o coração reconhece antes da razão.

— Pode falar — ordenou, enquanto o investigador abria a pasta e ajeitava os papéis sobre a mesa.

O detetive respirou fundo. — Senhor Sumerland, o depoimento de Elizabeth Harper, irmã mais velha de Margaret Dickson, lança uma nova luz sobre tudo.

Ele abriu o dossiê e leu, em voz clara e firme:

> “Senhor Sumerland, há algo errado nessa história. Minha irmã nunca me chamou para o velório do meu sobrinho. Não vi o corpo de Brent, tampouco o do bebê. Desde aquele dia, ninguém mais teve notícias de Rachel. Ela desapareceu completamente.”

Dean inclinou-se para frente, atento. O dete