A FEITICEIRA
Heitor foi pego totalmente de surpresa e Euriacos ao seu lado não conseguia emitir um som sequer. Azura estava espantada, pois esperava algum tipo de monstro, cruel, feio e asqueroso, mas estava diante de uma mulher elegante, de olhar vivido e inteligente, nem um pouco incomodada com a atitude tola dos homens ali presentes.

Demorou alguns segundos para Heitor se recompor e dirigir-lhe a palavra.

— Perdoe nossa intromissão. Devo admitir que esperava a presença de algo muito diferente do que os meus olhos veem agora.

— Permita-me oferecer-lhes um lugar a minha mesa. Quanta descortesia a minha, uma anfitriã que não se apresenta aos convidados. Eu sou Calíope, essa é minha jovem aprendiz Circe.

A feiticeira apontou para a criança que os encarava com olhar altivo e ameaçador, ao lado dela. Com um breve aceno de cabeça aos recém chegados ela retomou as suas atividades, carregando para o interior da caverna uma pilha de livros de aparência gasta.

Com um gesto amplo das mãos, Calíope fez
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