Quando acordei, estava em um quarto privativo elegante no hospital da Suvari Corp, no centro da cidade. Era silencioso, impecável e muito mais chique que qualquer hotel cinco estrelas. O ar tinha um leve cheiro de água sanitária e dinheiro.
Minha mão — sim, a que Gianna pisou — tinha sido reconstruída por algum cirurgião VIP e agora estava envolta em um gesso branco perfeito. Minha garganta ardia menos, embora minha voz ainda soasse áspera, como se eu tivesse engolido cascalho.
Meu pai estava sentado ao lado da cama. Uma única noite tinha envelhecido ele uns dez anos. Assim que abri os olhos, o rosto dele desmoronou, havia culpa e dor estampadas em cada linha.
— Como você está se sentindo? — Ele perguntou segurando minha mão boa. Quente. Firme. Sólido.
— Bem melhor, pai. — E, pela primeira vez, era verdade.
Aquela festa quase tinha me matado. Um pesadelo literal. Mas agora? Eu finalmente estava acordada. Ainda assim, algo torceu dentro do meu estômago. Eu sabia como meu pai opera