Eu esperei todos encerrarem seus plantões, mantendo-me ocupada com qualquer tarefa mínima que justificasse minha permanência no hospital. Só queria garantir que ele já tivesse ido embora antes de eu sair. Quando finalmente deixei meu setor, sentia um alívio crescente por não o encontrar.
No vestiário, troquei de roupa rapidamente, como se assim pudesse afastar qualquer possibilidade de uma surpresa desagradável. Respirei fundo antes de sair, certa de que havia conseguido. Mas, ao atravessar a porta, meu corpo travou. Ele estava ali. Encostado na parede oposta, braços cruzados, olhar fixo em mim.
Meu coração deu um salto, mas minha expressão permaneceu firme. Ignorei sua presença e tentei seguir em frente. Foi inútil. Em um instante, sua mão segurou meu braço, sua força impedindo qualquer tentativa de fuga.
— Me solta, Dr. Dante… — Rosnei, puxando o braço, mas ele não cedeu.
— Precisamos conversar, Maya. Agora. — Sua voz era baixa, carregada de urgência.
— Não temos nada para conversar