MAYA
Eu não sabia quando tudo começou. Talvez tenha sido no dia em que ele me salvou. Ou no jeito que seus olhos, tão intensos e misteriosos, sempre pareciam atravessar minha alma. Ou talvez tenha sido sua voz, grave e envolvente, que me fazia prender a respiração toda vez que ele dizia meu nome.
O Dr. Dante, além de inumanamente lindo, era um mistério. Um que me atraía cada vez mais. No começo, tentei ignorar. Disse a mim mesma que era somente gratidão, uma ilusão passageira. Mas cada encontro, cada troca de olhares, cada instante ao seu lado provava o contrário. Eu o queria. E essa verdade começava a se tornar insuportável.
No final do expediente, enquanto caminhava para o estacionamento, minha mente continuava girando com os acontecimentos do dia. Estava distraída demais para perceber de imediato. Então parei.
O choque me atingiu em cheio. Meu veículo estava destruído. Os vidros haviam sido estilhaçados e os pneus cortados, além da lataria totalmente arranhada. Um arrepio gelado pe