Era a quinta dose da noite.A conversa com a Aurora alterou o meu sistema, eu precisava desesperadamente dela. Constatei o quanto estava fodido no momento em que provei do seu beijo, do seu gosto, do seu corpo. A voz magoada que soou em meus ouvidos transmitiu sua decepção, e isso me quebrava em tantos pedaços, que não desejava a sobriedade, não naquela noite.Certo de que permitir seu espaço a faria refletir em nós, afastei a segurança por dois dias. Como poderia confiar no universo diante de tanta merda despejada sobre a minha cabeça nos últimos tempos? Iam voltar, discretos e distantes. Ok, era um filho da puta controlador, porém, essa falta de controle sob minhas ações vinha dessa paixão desenfreada que nutria por ela.A Aurora modificou meu mundo, deixando-me refém do seu amor.Virei outra dose ao reconhecer o tamanho do sentimento que movia minha vida. Caralho, movia minha vida. Embora possuísse tudo que um homem podia desejar — dinheiro e poder —, sem ela nada fazia sentido.Ou
Um toque, outro e mais um.Vibrava o celular junto ao meu peito. Não pretendia falar com ninguém, muito menos com ele, era insuportável respirar. As lágrimas rolavam sem intervalo, esse era o motivo dos soluços ecoarem como trovões no apartamento, gritei algumas vezes enquanto lia pela milésima vez o exame, aquele que tinha um positivo, incompreensível, rabiscado como um… sei lá.O dom de raciocinar, não mais me pertencia. MEU. DEUS!Estava grávida.GRÁVIDA!Quando isso aconteceu?Quando permiti que isso acontecesse no meio de um caos? Descartei o celular no mármore da pia e liguei chuveiro.— Nãooooooooooooooooooooooooo — gritei, chocando a voz contra o vapor que nublava o espaço, enquanto a água quente jorrava acima da minha cabeça. Depois com falta de estabilidad
— Quê? — O impacto modificou minha posição. — O que ela faz aqui?— Quer falar com você, parece bem sério. Joguei os braços sobre a cabeça.— Será que ela sabe? — Esmurrei o travesseiro. — Nicholas, com certeza contou. Inferno!— Ele não perderia essa oportunidade. — Dois passos e ela segurou meus ombros. — Acho que chegou a hora de você enfrentar essa família, Aurora.Esmoreci.Ela é louca?— Logo hoje? Não podia ser no ano que vem? Estou destruída, Melissa.— As consequências não marcam hora. — Ela abriu passagem.Fitei abismada o turbilhão azul que eram os olhos de Mel, não era tão fácil assim encará-los quando se precisava manter a compostura. Eram os pais de David, fatalmente a mãe dele, tinha que t
Conferi o horário no relógio de pulso com a visão um pouco zonza, eram uma três da madrugada, respirei fundo pesando o corpo no colchão macio. Um foco atrapalhou minha respiração, meu celular, meramente estirado sobre a mesa de cabeceira, após encerrar a ligação com Sara.Que diabos minha mãe estava pensando ao invadir o apartamento de Aurora assim?Mirei o teto ao sentir um peso empurrar o meu peito como se quisesse me enterrar vivo numa cova. Talvez o álcool tivesse se misturando à minha corrente sanguínea a ponto de comprometer meu juízo.Mirei o closet: um banho, roupas limpas e um café. Eram o que eu necessitava como um miserável a ponto de explodir, provavelmente meus sentidos nunca mais voltariam ao normal e não era por conta do álcool.Aurora, Eduarda, Nicholas, e até o pequeno garoto giravam na minha cabe&cced
Exatamente dois dias atrás, o que faria a seguir estava longe de qualquer possibilidade, independentemente do resultado, não considerei em momento alguma tamanha aproximação e havia diversos motivos para isso. Motivos que foram capazes de ferir o sensato, não naquele instante, então…, girei a maçaneta e as principais penalidades que me mantiveram relutante desapareceram. Pisei em falso na soleira, respirei descompassado, frio, receoso. Dei um passo e outro, mirei a pequena cama, acima os equipamentos e recursos que o novo hospital oferecia.O hospital Sírio-libanês oferecia ao garoto um aposento confortável e alta tecnologia, a transferência feita no dia anterior moveu uma equipe preparada para qualquer imprevisto que ocorresse no percurso, mesmo inconsciente o garoto sobrevoou São Paulo ao lado da mãe para os cuidados do Dr. Lucas Almeida, um senhor de sessenta e cinco anos, fei&c
Caros leitores,Preparem-se para mergulhar em uma das minhas criações mais intensas e envolventes até hoje. Se você aprecia um romance ardente, de pegar fogo, linguajar improprio e um put@ desejo de querer se enfiar dentro dessa história, significa que chegou no lugar certo.Um beijo da sua autora, Darlla VI ♡XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXCom as vozes de Aurora Baker:— Chegamos! — disse minha mãe com empolgação, assim que estacionou em frente ao prédio azul.— Sim, chegamos — murmurei e virei para olhar através do vidro o prédio todo espelhado do lado de fora, calculei rapidamente quantos andares poderia ter o edifício luxuoso, talvez uns trinta, já que, mesmo me esforçando, ficou impossível ver seu topo.— Calma, bebê da mamãe, vai dar tudo certo.— Sim, vai. — Inspirei e joguei as costas para trás, ao encontro do banco. — Meu primeiro dia de estágio — lembrei num fio de voz o motivo célebre de eu estar ali.Dona Ana leu cada sinal que meu corpo transm
— Oi… — respondi confusa, tentando reconhecê-lo.— Você não se lembra de mim? Sou eu, Lucca! Estreitei os olhos, buscando seu rosto na memória. Não, não lembro!— Eu… — Tentei disfarçar a resposta que piscava na minha mente.— No dia da entrevista, no prédio da seleção, nos falamos brevemente na sala de espera — ele esclareceu. E eu quase gargalhei, pois realmente foi breve esse primeiro contato. Não lembro desse cara e sou péssima em memorizar fisionomia.Droga!— Claro! Como sou distraída. — Sorri, mentindo descaradamente.— Como vai?— Ansioso! Você não?Pude sentir sua empolgação, assim que ele colou as palmas das mãos e as esfregou freneticamente.— Sim, estou muito ansiosa.— Estou sentado bem ali. — Ele apontou para a primeira fileira. — Quer me fazer companhia?Condenei o lugar, primeira fileira não estava nos meus planos, geralmente quem se senta nos primeiros assentos é obrigado a expor suas opiniões, e francamente, pretendia me manter invisível tempo suficiente para não com
Assim que entramos, inalei o cheiro divino de carne e a fome movimentou o meu estômago, seguimos em fila para o fundo da hamburgueria lotada, sendo difícil não apreciar cada detalhe, uma decoração retrô dos anos oitenta compunha cada pedacinho do lugar… SENSACIONAL!Como assim, morava em São Paulo, passeei diversas vezes pelo centro e nunca havia entrado ali? Aurora, sua distraída!Deixei a turma continuar e parei para olhar as fotos de um chinês abraçado a alguns artistas, o dono do lugar parecia ser importante.— Nossa, que lugar legal! — exclamei e me juntei ao grupo, admirada com tudo.Raica escolheu um cantinho bem ao fundo, onde não havia uma concentração muito grande de pessoas famintas.— Vocês já são muito bem-vindos! — sucateou um baixinho de olhos puxados e bandeja embaixo do braço. — Chill, Chill, vai rolar aquela porção de fritas grátis? — Raica esperta, tentou descaradamente.Chill fingiu se espantar, mas saquei que estava acostumado com o pedido.— Já querem falir o Chi