Narrado por Gabriel
A madrugada era um borrão de adrenalina e esperança. Estávamos exaustos, mas ninguém arredava o pé da sala de operações da VitaSecure. O tempo parecia um inimigo cruel, e cada segundo que passava sem notícias da Camila era um soco no estômago. Eu não parava de pensar nela. No medo que ela devia estar sentindo. Na dor. E na promessa que fiz: ela voltaria para mim. Eu iria trazê-la de volta, viva. Intacta.
Lucca estava ao meu lado, digitando freneticamente. Clara e Bruna estavam mais calmas, mas ainda tremiam. Os olhos vermelhos da Clara me lembravam do momento do telefonema, do desespero, da impotência.
— Temos algo! — gritou um dos analistas. — Rastreamos uma movimentação incomum de Mariana perto de um posto de gasolina. Cruzando com os últimos sinais captados do carro do Daniel, conseguimos delimitar uma rota. Ele não seguiu pra casa, nem pra nenhum lugar conhecido.
— Onde ele está? — perguntei, levantando de um salto.
— Um galpão abandonado, a 40 minutos