— Então, você escolheu fugir para um lugar totalmente desconhecido e se aventurar no meio do nada.
Micael gesticulou com a mão direita, se referindo a cabana no meio de uma floresta quase deserta, em que estávamos, apenas com alguns bichanos da mata, vagalumes e o sons de alguns gafanhotos e sapos, que atravessavam as paredes de madeira da cabana.
— Você queria que eu fizesse o quê? — Me acomodei ainda mais, na cadeira de descanso, de frente para o sofá, onde Micael esteve deitado desde que eu terminei de fazer o curativo em seu braço. — Voasse nos cabelos loiros dela e arrancasse tufos e mais tufos, enquanto fazia o maior barraco na casa onde eu vivi praticamente toda a minha vida, pagando de corna sofrida?
— Eu não tenho o direito de querer nada, mas confesso, que fico surpreso de saber que você se segurou e não fez tudo o que acabou de falar, uma vez, que adora agredir as pessoas.
Reviro os olhos, esse homem claramente não tem noção do perigo. Sinceramente, não consigo entender com