A única coisa a qual Maytê se dignou a me contar sobre a consulta foi: seu extremo alívio pela sala da psicóloga não ter cheiro de incenso. Imediatamente emendou um pedido para deixá-la na casa de sua melhor amiga. Algo bom, já que nas últimas semanas, ela vinha evitando qualquer tipo de socialização, a não ser se envolver em brigas para defender sua heroína da música pop.
Maytê pulou para fora do carro, e meus pensamentos se voltaram para a insanidade que eu havia cometido: dar meu telefone para uma mulher. UMA MULHER!
— Ai, meu Deus! Isso não pode estar acontecendo — soquei o volante com as duas mãos e praguejei. — Por que eu fiz isso?
Eu precisava urgentemente contar para alguém. Minhas opções eram: minha irmã (que provavelmente surtaria de tanta emoção) e Suze, que, apesar de ser um pouco incomum, saberia como me acalmar. Ela sempre sabia.
Depois de passar por alguns semáforos, torcendo para não me arrepender, decidi procurar Suze.
— Você só pode estar brincando comigo — ela disse