Se existe alguém em todo o universo destinada a me conhecer mais do que eu mesma, essa pessoa definitivamente é Suze. Ela tinha essa espécie de dom, capaz de desvendar meus sentimentos quando eu era incapaz de expressá-los. Enxergava detalhes ocultos e me dava conselhos que eu tinha o péssimo hábito de não seguir, como na noite do meu casamento.
— Ainda dá tempo de desistir — ela disse, séria, enquanto me ajudava a entrar no vestido. — Ninguém está te forçando a fazer isso.
— Suze, você é minha madrinha. Quer, por favor, ter o bom senso de parar de tentar me convencer a fugir do meu próprio casamento? — pedi, exasperada. O vestido parecia ter diminuído desde a última prova, ao passo que minha barriga proporcionalmente cresceu.
— Prefiro ser sua amiga a ser sua madrinha — ela resmungou e subiu o zíper nas minhas costas.
— Devo fazer isso, entende? Não estou mais sozinha, Suze. Tem uma vida crescendo dentro de mim, preciso pensar no que é melhor para meu filho. Agora sou mãe.
— Isso não