Circular com uma carroça em pleno centro de Brasília não era exatamente o auge do romantismo. Mas, diante da situação, foi o máximo que consegui. Liz, para minha surpresa, estava deslumbrada e conversava animada com Suze.
— Como vocês fizeram isso?
— Aurora deu uma ajudinha. Pelo visto, ela é muito popular na Associação de Carroceiros. Quando falei o nome dela, mais de quinze se ofereceram para ajudar — explicou Suze. Internamente, me perguntei o que Aurora tinha feito para conquistar aquela popularidade. Ela era como Liz: onde chegavam, as pessoas imediatamente abriam um sorriso e despertavam seus melhores sentimentos.
— Vocês sabiam que, aqui em Brasília, é proibida a circulação de carroças? — disse Liz, ainda sorrindo. Não parecia se importar em desobedecer à lei.
— O quê?! — perguntei, exasperada. — Suze, você sabia disso?
— É claro! — respondeu, como se não fosse nada. — É uma lei de 2016. Um amigo do jornal cobriu a votação. Você vive em uma caverna?
— E você não achou convenien