Eu estava totalmente insegura com meu plano. Mas, Liz estava muito mal e eu não podia deixá-la sozinha. Para levá-la até minha casa, precisei me render, deixar meu orgulho de lado e pedir ajuda a ninguém menos que Suze.
Pedir um favor a Suze era um trem sem freio. Ela se empolgava e só descansava quando a situação estivesse resolvida, geralmente da maneira mais inconveniente possível, sem se importar com os meios necessários.
Quando estávamos no ensino fundamental, tive a infeliz ideia de pedir ajuda com meu pequeno projeto para a feira de ciências. Eu só queria fazer um vulcão, como toda criança normal da quinta série. Suze, no auge dos seus doze anos e com recursos limitados, construiu “apenas” um reator nuclear caseiro na garagem da minha casa. Tirei nota máxima no projeto e, de quebra, entramos para a lista das vinte pessoas no mundo que construíram o próprio reator. Essa era a Suze.
— Vamos drogá-la? — Suze perguntou, animada quando liguei. — Não acredito! Vamos mesmo fazer isso.