Ava Narrando
Acordei devagar, ainda meio preguiçosa, com a luz do sol entrando pelas frestas da cortina. Me espreguicei na cama e, quando abri os olhos, ele já estava ali. Sentado na poltrona perto da janela, só de bermuda, sem camisa e sorrindo pra mim.
Sim, sorrindo. E era cedo.
Fiquei alguns segundos encarando aquele homem, tentando entender o que tinha acontecido com o Théo que eu conhecia. O CEO arrogante, frio, direto. Agora parecia leve. Quase carinhoso. É estranho. Estranho demais.
— Bom dia — ele disse, com a voz rouca, e aquele sorriso ainda no rosto.
— Bom dia — respondi, desconfiada.
Ele quase mostrou os dentes, mas se controlou. Aquele quase sorriso forçado me fez ter certeza de uma coisa: ele tava tentando ser gentil. Comigo. E isso me deixava ainda mais confusa.
O café chegou pouco depois. A mesa foi montada ali mesmo, no quarto. Sentamos um de frente pro outro, e ele foi servindo suco, café, ovos mexidos, frutas. Comemos em silêncio, mas não era um silêncio desconfort