Ava Narrando
Théo me pegou totalmente de surpresa no carro. Ele nunca fala sobre sentimentos, sobre futuro, sobre a gente. Mas ali, com aquela voz baixa e firme, no banco de trás, com a divisória levantada pra garantir privacidade, ele soltou aquilo do nada: que queria um compromisso, que eu era só dele.
Claro que tinha que falar isso que pertenço a ele, como se eu já não soubesse. Como se ele não deixasse isso claro em cada gesto, cada olhar, cada toque possessivo que lança quando outro homem sequer respira perto de mim. Mesmo assim, o coração acelerou.
Fiquei muda por alguns segundos, surpresa de verdade. Porque, mesmo com tudo que vivemos, ouvir Théo dizendo isso em voz alta mexeu comigo de um jeito estranho. E forte.
Ele apertou minha mão com mais força. O carro seguiu em silêncio por alguns minutos até estacionar na frente da mansão do sheik.
A entrada era digna de um palácio. Portões dourados altos, com detalhes desenhados à mão, guardas vestidos com trajes tradicionais e armas