Quando abri os olhos de novo, Keven ainda estava lá.
Deitado de lado, o vi sentado no sofá perto da cama, mergulhado na leitura de um livro que eu nem lembrava de ter trazido. Bocejei, ajeitando o travesseiro nas costas enquanto me sentava, ainda meio sonolento.
— Isso aí não é meu? — perguntei, a voz rouca e baixa.
Ele levantou os olhos e fechou o livro, dando de ombros com aquele jeito despreocupado de sempre.
— Eu precisava ocupar a cabeça com alguma coisa.
Peguei o celular no criado-mudo e vi as horas. Já era fim de tarde, e o torpor da noite anterior parecia finalmente estar se dissipando. A ressaca me deixou inconsciente por um bom tempo.
— Você não foi ao bar? — perguntei, mais como uma constatação do que uma pergunta direta.
Keven soltou um suspiro e balançou a cabeça, levemente irritado.
— Não! Dormir com você.
Fiquei calado, sem ter muita resposta. Ainda tentando organizar os pensamentos.
Mas ele, claro, não perdeu a oportunidade de me provocar:
— Foi você quem pediu, dizend