O som insistente do telefone fez Natália despertar assustada. Olhou ao redor, ainda confusa, e percebeu que havia dormido demais.
— Alô? — disse, a voz rouca de sono.
— Senhorita, desculpe incomodar, mas o carro já a aguarda. — era a voz calma de um funcionário do hotel.
Natália levantou-se de um pulo. Correu até a mala, vestiu-se rapidamente, fez a maquiagem às pressas e ajeitou a peruca diante do espelho. Já estava com a mão na maçaneta quando se deu conta dos óculos. Gelou. Onde havia deixado?
— Maldição… — murmurou, revirando o quarto. Encontrou-o caído ao lado da cama, quase invisíveis. Colocou-os apressada, respirando fundo.
Não daria tempo para o café da manhã. Agarrou a bolsa e saiu apressada, tentando recuperar a postura. No saguão, caminhou a passos largos até a porta. Antônio a esperava ao lado do carro, visivelmente ansioso, e suspirou aliviado ao vê-la.
— Senhorita — disse ele, abrindo a porta com gentileza.
Ela assentiu, mas, ao entrar, percebeu que o banco ao lado estav