Clarice Martins

Sob a cama de um hospital, me vi retornar horas depois da cirurgia. Era cedo o suficiente para perceber que havia dormido bem.

A luz no quarto não era tão forte, já que era início da manhã, mas o cheiro de produtos químicos era demasiado forte para meu olfato não reclamar. Meu estômago quase embrulhou.

Antes que pensasse em me sentar com pressa, pela nova necessidade causada pelo enjoo nada estranho — já que estava de barriga vazia desde a noite passada e acordara com fortes cheiros químicos quase entrando em minha garganta.

O lugar da cirurgia me despertou da necessidade de ser cautelosa.

— Ai…! — reclamei baixinho.

Um movimento do outro lado da cama me fez calar a boca antes de fazer mais barulho. Permaneci deitada, agora encarando meu acompanhante com cuidado.

Ruan estava dormindo de mau jeito na cadeira, não tão confortável como uma cama. Ele vestia roupas casuais, um lençol fino deslizava sobre seus joelhos, quase indo de encontro ao chão.

“Parece que algu