Tenho um pai

Capítulo 144

Mariana Bazzi

Ficamos todos em silêncio enquanto entrávamos na sala principal da casa. Era um silêncio denso, que carregava décadas de dor, de ausência, de medo. E mesmo assim, de alguma forma, também trazia uma esperança tímida, frágil, como uma flor que cresce no asfalto.

Eu me sentei numa das poltronas. Peter e Maicon permaneceram em pé, tensos, como sempre, observando cada movimento ao redor, enquanto os homens da segurança se aproximavam com os kits para o exame de DNA. Um deles pediu minha mão com todo o cuidado, e colheu o material da parte interna da minha bochecha com um cotonete esterilizado. Depois, fizeram o mesmo com Amir.

Ninguém falou. Nem mesmo ele.

Mas o que realmente me deixou em silêncio não foi o exame, foi minha mãe.

Safira não parava de olhar pra ele.

Seus olhos, tão acostumados a ficarem vazios, agora estavam cheios. Cheios de brilho, de vida, de amor. Ela o tocava o tempo todo. Como se temesse que ele desaparecesse de novo. Como
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