Capítulo 44
Ezequiel Costa Júnior
Caminhei até o portão com passos firmes, ainda com o sangue pulsando do confronto interno que vinha travando. Um dos seguranças manteve a arma próxima ao corpo, atento ao homem parado do lado de fora. Assim que me viu, o sujeito ajeitou o paletó surrado e se aproximou com respeito, mas sem medo nos olhos.
— Estou procurando o agente do Don Ezequiel. — A voz dele era rouca, como quem fumava desde o berço.
Fiquei em silêncio por um momento. A cabeça deu um estalo estranho.
— Eu sou o Don Ezequiel — respondi, estreitando os olhos.
O homem me olhou com estranheza, como quem escutava uma piada fora de hora. Ia abrir a boca de novo, mas uma sombra se projetou ao meu lado. O Consigliere.
— Perdoe nosso amigo aqui — disse ele, colocando uma mão paternal no meu ombro, como se isso fosse normal. — Ele sofreu um pequeno acidente. A cabeça ainda está… confusa. Mas já está quase tudo sob controle. No que posso ajudar?
O homem pareceu hesitar