Capítulo 45
Ezequiel Costa Júnior
Entrei no quarto com Mariana nos braços. Ela era leve demais, frágil demais. Como se o mundo tivesse esmagado cada pedaço dela e agora me restasse tentar juntá-los um a um. Fechei a porta atrás de mim com um estalo e caminhei até a cama. Deitei-a com cuidado sobre os lençóis e me ajoelhei ao lado. Ela tremia. Não me olhava. Só se encolhia, como se tudo ao redor fosse ameaça.
— Mariana... — minha voz saiu baixa, quase implorando. — O que aconteceu com você?
Nada. Nem um som.
— Quem fez isso? Foi alguém daqui?
Ela apenas se encolheu mais. O silêncio dela me feria de um jeito que eu não conseguia explicar. O sangue já fervia dentro de mim, mas lutei contra o impulso de levantar e sair quebrando tudo. Eu precisava entender. Precisava ter certeza.
— Eu... — engoli seco. — Eu te fiz alguma coisa?
Ela balançou a cabeça, negando. Um alívio estranho atravessou meu peito. Não era culpa minha. Não diretamente. Mas ainda assim, eu me sen