Capítulo 43
Ezequiel Costa Júnior
O carro parou em frente a uma casa que minha memória se recusava a reconhecer. Era grande, bem cuidada, cercada por árvores que abafavam os sons da rua. Mauro saiu do lado do passageiro, apontando com um leve gesto de cabeça.
— É aqui.
Desci devagar, os olhos varrendo cada detalhe, mas nada ali me era familiar. A porta da frente abriu antes que eu batesse, revelando uma mulher de cabelos presos num coque simples, com um sorriso sereno.
— Don Ezequiel. Seja bem-vindo.
Aquilo me pegou de surpresa. Uma prisioneira feliz? Ou uma atriz muito bem treinada?
— Onde está a Sara? — perguntei direto.
— Foi cuidar de um assunto seu — ela respondeu com calma. — Umas moças que o senhor pediu pra manter sob custódia. Logo ela volta.
Me perguntei porque pedi isso a ela? E que tipo de relacionamento temos? Porque a última coisa que me lembro é de quando esteve na minha cama.
Entrei, relutante. O interior da casa era limpo, organizado, como um