Capítulo 113
Ezequiel Costa Júnior
Saímos da área de tiro sem pressa. O olhar de Mariana dizia tudo: ela estava em guerra. Com o mundo, com o passado, com o próprio corpo.
Segui ao lado dela até o corredor principal.
Ela arqueou uma sobrancelha, sem perder o porte rígido.
— O que você queria falar?
— É sobre a Sara… e sobre você. — falei, observando sua reação. — Olha, eu sei que você é forte. Mais forte do que a maioria que já passou por aqui. E sei que odeia perder tempo. Mas isso… — fiz um gesto com a cabeça, apontando para a área de onde acabamos de sair — Não é só sobre aprender a atirar. É sobre respeitar os limites do corpo. Sobre confiar. Você precisa cuidar de tudo.
Ela apertou os lábios, sem responder. Um gesto típico dela quando está resistindo a ouvir.
— Mariana, você precisa deixar a Sara te ajudar. Ela é boa no que faz. E você não precisa carregar tudo sozinha.
— Eu não tô carregando tudo. Só tô fazendo o que tem que ser feito. — rebateu, firme.
—