Capítulo 112
Ezequiel Costa Júnior
Desci as escadas com passos tranquilos, mas a mente alerta. Depois da visita de Sara, uma curiosidade inquieta tomou conta de mim. Eu já sabia que Mariana era determinada — o suficiente pra sobreviver a uma chacina, proteger a mãe e ainda se jogar de cabeça numa vida que nunca escolheu. Mas uma coisa é determinação. Outra é desempenho. São raros os que conseguem unir os dois em tão pouco tempo.
Quando empurrei a porta da área de tiro, encontrei exatamente o que Sara descreveu… e mais.
Mariana estava sozinha, quase uma da tarde. A Glock firme nas mãos, a silhueta com postura de combate, pés plantados no chão como se fossem raízes. Ela mirava, disparava e recarregava com uma fluidez que me tirou o ar por alguns segundos.
Pá. Pá. Pá.
Três tiros certeiros no centro do alvo. Recarrega. Pá. Pá. Pá. Mais três. Todos no mesmo padrão.
Me aproximei sem dizer nada. Não queria atrapalhar. Estudei os movimentos dela como um técnico observa um