Capítulo 170
Mariana Bazzi
Soltei a pedra.
Ela caiu com um baque surdo ao lado do corpo disforme de Sidnei, coberto de sangue, vômito e fezes. Meus dedos ainda estavam sujos, duros, trêmulos — mas não de arrependimento. Era o corpo tentando entender o que a alma já havia decidido há tempos: acabou. Pelo menos, essa parte.
Virei o rosto para ver Ezequiel.
Estava impecável. Terno escuro, expressão grave e olhar... orgulhoso.
Ele caminhou até mim sem pressa. Passou por entre os soldados da Strondda e da Kim, que abriram caminho com respeito.
Ezequiel parou diante de mim. Me olhou dos pés à cabeça — sangue, terra, pedras, arame ainda no chão.
E então... sorriu apenas para mim.
— Você fez o que ninguém mais teria coragem, Mariana. Aprendeu, treinou até conseguir ficar boa o bastante para o que pretendia e conseguiu. Fez por você, pela sua mãe, pelas mulheres que ele destruiu e pelas que ele nunca mais vai tocar.
Ele virou-se para os demais.
— Hoje, diante das Famíl