POV Amara
Duas semanas.
Foram exatamente duas semanas desde a última vez que Killian e eu passamos da linha invisível que separava o “permitido” do “proibido”.
Desde então, nossas noites se tornaram uma coreografia silenciosa, o jantar servido às oito, o toque metálico dos talheres, o som da chuva ocasional batendo nas janelas, e o silêncio. Sempre o silêncio.
Depois do jantar, ele me acompanhava até o corredor e, mais tarde, quando as luzes da casa se apagavam, eu ouvia seus passos firmes aproximando-se do quarto.
Entrava, deitava, e dormíamos.
Nada além disso.
Nem um toque.
Nem um olhar que ousasse atravessar o limite.
Às vezes eu o observava dormir, o peito subindo e descendo devagar, o rosto relaxado e me perguntava se ele realmente conseguia descansar ou se apenas se escondia no sono.
Killian era um homem de controle. O tipo de pessoa que preferia carregar o próprio inferno dentro de si a deixar que alguém o visse sangrar.
E, ainda assim, eu sabia.
Sabia quando ele tinha um dia r