POV Killian
O silêncio da minha sala pesava.
A cidade lá fora rugia, mas aqui dentro só havia o eco da coletiva do meu irmão, as palavras que ainda ardiam nos meus ouvidos.
Noivado oficial.
Ele tinha anunciado ao mundo como se pudesse me arrancar a única coisa que sempre foi minha.
Meus punhos batiam contra a mesa, mas o vazio não se preenchia. Amara. A imagem dela, de olhos arregalados, perdida entre as câmeras, me perseguia como um fantasma.
Não precisava ouvir o coração dela para saber que não queria aquilo. Ela não o escolheu. Dominic apenas a amarrou com correntes feitas de palavras, mas não de verdade.
E eu assisti, imóvel, deixando que ele a exibisse como um troféu.
Respirei fundo, tentando controlar a fúria que queimava sob a pele. Foi quando Leo entrou, cauteloso, segurando uma pasta.
— Temos um problema, Killian. — a voz dele estava mais grave do que o habitual. — Ronaldo Argento começou a investigar Amara.
Meu corpo inteiro enrijeceu.
— O quê? — minha voz saiu mais baixa