Capítulo 65 — Amara era minha ferida, minha obsessão, meu inferno e meu paraíso.
POV Killian
O relógio marcava quase três da manhã quando decidi descer. O jardim não tinha me dado respostas, apenas mais raiva. Voltar ao quarto seria inútil.
O sono não vinha, e a mente martelava sem parar o nome dela, o rosto dela, o peso da barriga que crescia e que me lembrava do que estava em jogo.
Desci em silêncio, pés firmes nos degraus de madeira. A mansão dormia, mas eu estava desperto demais.
Na cozinha, encontrei a única pessoa que sempre soube decifrar meus silêncios: Dona Marta.
A mulher que me criou quando minha mãe vivia ocupada em suas viagens.
A governanta da casa, mas muito mais do que isso. A única que conhecia meus segredos de menino e que, por vezes, me lembrava que eu ainda tinha algo de humano em meio a todo o concreto que construí.
Ela estava sentada, enrolada em um xale, com uma xícara de chá entre as mãos.
Levantou o olhar ao me ver entrar.
— Não consegue dormir, senhor Killian? — perguntou, mas não com a formalidade usual. Com ela, o “senhor” sempre carr