Capítulo 21 — “Eu posso ser o pai adotivo da criança.”
POV Killian
A tela do computador brilhava diante de mim como uma lâmina.
Palavras, números, contratos… tudo se misturava numa confusão sem sentido. O cursor piscava, zombando da minha incapacidade de focar.
Pressionei as têmporas com força, tentando conter a dor que latejava como uma marreta.
Desde o divórcio, essas dores de cabeça vinham com frequência. No início eu as ignorava, como sempre fiz com qualquer sinal de fraqueza. Mas agora, com a empresa, o casamento arranjado, as pressões externas… parecia que meu corpo inteiro gritava por um descanso que eu não podia dar.
Foi então que a senti.
Não precisei levantar os olhos para saber que era Amara. A presença dela tinha um peso silencioso, uma calma que sempre me desestabilizava.
— Está tudo bem? — a voz dela era suave, mas carregava uma firmeza irritante. Fechou a pasta que segurava, me observando.
— Dor de cabeça. — Minha voz saiu mais seca do que eu pretendia. Talvez fosse o