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Após o divórcio, me tornei amante secreta do ex-marido
Após o divórcio, me tornei amante secreta do ex-marido
Por: Maerley Oliveira
Capítulo 1 – Três anos de casamento? Tudo não passara de uma vingança…

POV Amara Castellari

A chuva forte batia contra os vitrais da mansão, um ritmo intenso e enlouquecido, como o bater dos nossos corpos naquela noite.

O quarto estava mergulhado em sombras, iluminado apenas pelo brilho tênue das velas, que lançavam danças de luz sobre a pele de Killian dourada, suada, tensa.

Killian, meu marido, meu amor.

Ele estava acima de mim, seus músculos definidos contraindo a cada movimento, cada embalo mais profundo que o anterior.

Eu me arqueava, minhas unhas cravando-se em suas costas, deixando marcas vermelhas que ele merecia carregar.

— Amara… — Ele sussurrou meu nome com um rosnado baixo, animal, como se estivesse perdendo o controle, algo tão raro nele, seus lábios encontrando meu pescoço.

Mordendo, sugando, marcando.

Eu me contorci, minhas pernas envolvendo seus quadris, puxando-o mais para dentro, querendo sentir cada centímetro dele. Seus dedos entrelaçaram-se nos meus cabelos, puxando minha cabeça para trás, e ele me beijou com uma fúria que quase doía.

Era um beijo de posse.

— Você é minha — ele rosnou contra minha boca.

E eu era.

Ele mudou o ângulo, e eu arquei as costas, um grito sufocado escapando quando ele me atingiu de um jeito que fez estrelas explodirem atrás das minhas pálpebras. Seus olhos, tão frios normalmente, agora ardiam com uma intensidade que me deixava sem ar.

— Killian… — Gemi, minhas pernas tremendo, meu corpo à beira do abismo.

Meu orgasmo me atingiu como uma onda, violento, incontrolável, arrancando gritos que ele abafou com outro beijo voraz. Ele não parou, continuou se movendo, prolongando a agonia do prazer até eu estar sensível demais.

Só então ele permitiu a si mesmo ceder.

Seu corpo enrijeceu, seus músculos tensionando, e ele enterrou o rosto no meu pescoço, um gemido rouco escapando quando ele chegou ao próprio limite. Eu senti cada pulsação dele dentro de mim.

Ele desabou ao meu lado, a respiração pesada, os olhos fechados.

Por um momento, ficamos assim, envoltos no silêncio pesado, apenas o som da chuva e dos nossos corpos ainda tremendo.

— Foi o melhor da nossa vida — murmurei, sorrindo, meus dedos traçando círculos em sua pele.

Ele não respondeu. Apenas abriu os olhos e olhou para o teto, a expressão dele fechando-se novamente, como se um véu tivesse caído.

— Três anos… — murmurei, os dedos brincando com os fios dourados do seu cabelo. — Três anos desde que disse que me amava na frente de todos. Acho que é hora de pensarmos em um filho… Quero um quarto pintado de amarelo-claro, sabe? Uma varanda com flores, e a nossa criança correndo pela casa…

O silêncio dele foi um soco invisível.

Killian ergueu os olhos para mim e, por um instante, vi algo quebrar lá dentro.

Meu coração apertou.

Eu sabia que ele estava preocupado com o julgamento do meu pai no dia seguinte. Quem não estaria? Mas depois de me aliviar daquela forma, já me senti muito melhor, e eu acreditava cegamente na inocência do meu pai.

— Vai ficar tudo bem, Killian. — Sussurrei. — Meu pai nunca mentiu para mim. Ele é um homem honesto. E com você como testemunha, com certeza isso vai passar.

A expressão dele mudou por um segundo... uma mistura de ironia amarga e dor, antes de ele se inclinar e me beijar.

Mas não era o beijo de um marido apaixonado. Era o beijo de um homem se despedindo, mesmo que o corpo ainda estivesse ali.

— Eu amo você… — murmurei contra seus lábios.

Ele fechou os olhos, respirou fundo e respondeu num tom quase imperceptível:

— Eu sei.

Essas duas palavras… tão simples. Essa era a maneira como ele me respondia nos últimos três anos. Ele nunca dizia “eu também te amo”. Antes, eu não ligava, mas esta noite… parecia que eu sentia algo no ar, e queria desesperadamente ouvir.

— Você sabe qual é a frase que eu quero ouvir…

— Dorme, Amara.

Fiquei um pouco desapontada, mas não muito triste.

Afinal, nós vamos ficar juntos para sempre.

***

No dia seguinte

A sala do tribunal estava repleta de murmúrios e olhares curiosos.

Mas o que realmente importava era Killian, sentado ali, com a expressão impassível, como se estivesse assistindo a um filme em vez de participar de um drama que mudaria nossas vidas para sempre.

Quando ele se levantou para testemunhar, meu coração disparou.

— É verdade que o senhor Samuel Castellari estava envolvido em atividades ilegais — disse Killian, suas palavras cortaram como uma faca.

A sala ficou em silêncio, e eu senti o mundo desmoronar ao meu redor. Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

Ele o acusou.

Meu marido, acusou, meu pai…

Meu pai, um homem que sempre me ensinou a ser honesta e a lutar pelo que era certo, estava sendo arrastado para o fundo do poço por alguém que eu amava. A raiva e a dor se misturaram em mim, e eu não consegui me conter.

— Killian…? Papai…

O burburinho explosivo no tribunal abafou a minha voz, chocada e quebrada.

— Filha… — Meu pai me olhou com desespero.

— Silêncio! — o juiz bateu o martelo.

— POR QUÊ? POR QUE FEZ ISSO? — Meu grito desesperado atraiu o olhar gelado dele…

E o silêncio.

Ele virou a cabeça, impiedoso, para o juiz.

— Essa é toda a verdade.

— MENTIRA! — minha voz explodiu na sala. — VOCÊ DESTRUIU A MINHA FAMÍLIA! Killian! ! Você me usou! Traiu meu pai! Meu pai sempre foi tão bom pra você… TRAIDOR!!!

Os seguranças se aproximaram, e eu me vi sendo puxada para fora da sala, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. A indignação e a dor eram insuportáveis.

Como ele pôde? Como ele pôde me fazer isso?

A imagem do nosso momento na noite anterior, quando eu acreditava que éramos um só, agora parecia uma cruel ilusão.

Fui levada para fora.

Eu precisava de respostas, precisava entender por que Killian havia feito isso. Ele não era o homem que eu conhecia. O homem que amava. O homem que me prometeu que sempre estaria ao meu lado.

***

No meio da tempestade, as portas do tribunal se abriram com estrondo.

Killian saiu como um guerreiro vitorioso.

Eu estava encharcada, mas a chuva não conseguiu apagar minha fúria.

Avancei e dei um tapa nele com toda a força.

Mil perguntas entaladas na minha garganta, mas nenhuma saiu. Eu me engasguei ainda mais, sem saber se no meu rosto escorriam gotas de chuva ou lágrimas, olhando fixamente para ele.

Ele levantou a mão, limpou o sangue no canto da boca e me estendeu o guarda-chuva.

— Não… não quero isso! — gritei, derrubando o guarda-chuva no chão.

O som do impacto ecoou como um estalo em meu coração. Os flashes das câmeras iluminavam a escuridão da tempestade, e eu podia ouvir os murmúrios de zombaria. Eu sabia que a cena estava sendo registrada por jornalistas, que se aglomeravam nas proximidades, prontos para transformar meu desespero em espetáculo.

A situação se tornara uma tragédia pública, e eu era a protagonista de um drama que não escolhi viver.

Killian respirou fundo.

Eu esperava que ele se aproximasse, que tentasse me consolar, dizendo “Acorda, Amara, você só teve um pesadelo.”

Mas, em vez disso, ele se afastou..

— Amara, isso acaba aqui — a voz dele era firme, igual à sentença de prisão perpétua que o juiz acabara de dar ao meu pai — Eu nunca te amei. Tudo não passou de uma vingança.

Vingança? O que ele queria dizer com isso?

— Seu pai destruiu tudo do meu avô, minha família perdeu tudo. Minha avó faleceu porquê não tínhamos dinheiro para bancar as despesas médicas. O que ele está passando agora é o que merece.

— Você está mentindo! — gritei, a dor transbordando em cada sílaba. — Você não é Killian, não é o marido que eu amava… quem é você?

Ele balançou a cabeça, como se estivesse se libertando de um fardo.

— Não, Amara. Eu nunca fui o homem que você pensou que eu era.

— Então é isso? — perguntei, a voz trêmula. — Você vai me deixar assim, sem nada?

Ele hesitou, e por um breve momento, vi uma fração de dúvida em seus olhos. Mas logo se foi, substituída por uma frieza.

— É o melhor para nós dois. — Ele se virou, começando a se afastar.

— Killian! — gritei, mas ele não olhou para trás.

A chuva continuava a cair, e eu me vi sozinha, encharcada e desolada, enquanto a realidade se instalava. Os jornalistas continuavam a registrar a cena, ainda queriam me fazer perguntas, mas eu não me importava mais.

Corri para casa. Nossa casa. Mas Killian nunca mais voltaria...

Joguei-me na cama. Nossa cama. Mas o homem com quem dormi ao lado por três anos era um inimigo. O casamento que eu acreditava ser um laço inquebrável agora se tornara uma corda que me estrangulava. Três anos, uma vingança.

Se tudo isso for verdade, se meu pai for culpado, se meu marido for inimigo, então… qual é meu pecado?

Chorei até desmaiar, até que um estrondo na porta de casa me acordou… 

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