Eu raramente chorava na frente dos meus pais, então, ao me verem assim, eles imediatamente assumiram que eu havia sofrido muito.
Minha mãe passou a mão pelas minhas costas, tentando me acalmar, e disse, com um tom cheio de afeto:
— Daisy, não chore. Diga à mamãe o que aconteceu, e eu vou garantir que você tenha justiça.
Meu pai segurou meus ombros, com raiva evidente na voz:
— Foi aquele moleque do Lúcio que te machucou? Se foi, eu vou dar uma lição nele agora mesmo!
Minha mãe lançou um olhar severo para ele e o repreendeu:
— Você precisa se acalmar. Deixe nossa filha falar antes de sair por aí sendo violento!
— Como você quer que eu me acalme se nossa filha foi maltratada? — Meu pai rebateu, claramente frustrado.
Eles ainda eram os mesmos, discutindo sobre tudo, mas o amor entre os dois era inegável.
Respirei fundo, enxuguei as lágrimas e expliquei brevemente o que havia ocorrido, contando sobre como Lúcio me tratou nos últimos dias e compartilhando minha decisão de me divorciar dele.