De fato, era assim. Nada surpreendente. Karina respirou fundo: — Eu entendi. — Karina, você... — Patrícia perguntou. — Você realmente vai pedir para o Catarino doar o fígado? — Eu vou falar com ele. Quanto a doar ou não, ele já tem quase quinze anos, então ele vai decidir por si mesmo. Após falar com Patrícia, Karina segurou o celular e, depois de um momento, ligou para o número de Lucas. — Karina. — Amanhã, quando você vai estar livre? Vamos juntos visitar o Catarino. Do outro lado, Lucas segurou o celular e já tinha entendido. — Claro. ... Lucas tinha compromissos durante o dia, então combinaram de se encontrar à noite, na Villa Verão. Por volta das sete horas, Karina e Lucas se encontraram na porta da Villa Verão. Pai e filha estavam frente a frente, mas a situação era estranha e constrangedora. — Eu vou entrar primeiro. — Karina disse calmamente. — Vou dizer ao Catarino que o tio está doente e precisa de ajuda. Se ele não concordar, você não vai forçá-
Virou a cabeça, e as lágrimas caíram. — Irmã, por que você está chorando? — Catarino se assustou e, apressado, puxou um lenço de papel para entregar. — Irmã, não chora. — A irmã não está chorando, a irmã está feliz. — Karina chorava, mas sorria. — Nosso Catarino, tão bonito. Inteligente e bondoso. Catarino, sem jeito, abaixou a cabeça: — Foi você quem me ensinou bem. Você é minha irmã, mas também é minha mãe! Karina soluçava, e acenava com a cabeça, confirmando. Do lado de fora, Lucas cobria o rosto com as mãos. Não ousava chorar em voz alta. Apesar disso, suas lágrimas já corriam sem parar... — Karina, Catarino, o papai não é homem o suficiente! O papai sente muito por vocês... Então, se lembrou de sua esposa já falecida. E as lágrimas aumentaram ainda mais. — Heloísa! Eu não sou um homem digno! Eu sinto muito, não cuidei bem dos seus filhos! Quando Karina saiu, Lucas estava agachado, com as mãos na cabeça, os olhos já inchados. Karina entendeu na hora o que
— Sim! Eu sei! Ela realmente recebeu uma confirmação! Num instante, foi como se uma corrente elétrica percorresse a espinha de Karina. Ela começou a tremer ainda mais, a ponto de nem conseguir controlar a própria voz: — Ele, ele... No fim, Karina nem conseguiu completar uma frase. — Quer saber quem é? — O modulador de voz soltou uma risada fria, entendendo o que ela queria perguntar. — Já faz tanto tempo e você ainda não o encontrou. Acha mesmo que eu vou te contar assim tão fácil? Karina entendeu o recado. A outra pessoa queria algo em troca. — O que você quer? — Simples. Quero cem mil reais! — Cem mil reais? — Karina ficou um pouco chocada. — O que foi? Não quer pagar? Esse tipo de informação... Você acha mesmo que não vale cem mil? — Não é isso. — Na verdade, Karina achava que cem mil reais era até pouco. Afinal, mesmo sendo só uma informação, a pessoa do outro lado usou um modulador de voz só para pedir cem mil? Mesmo assim, por mais que parecesse pouco,
Só quando o céu começou a clarear lentamente foi que ela finalmente sentiu um pouco de sono.Mas parecia que tinha acabado de adormecer quando a campainha tocou.Sem ter dormido direito, Karina agora estava furiosa:— Quem é?Irritada, tentou se levantar.Mas, de repente, uma dor aguda tomou conta da perna. Karina tinha tido uma cãibra!Ela gritou de dor.Como médica, claro que sabia que o que precisava fazer naquele momento era esticar imediatamente a panturrilha.No entanto, com aquele barrigão, era simplesmente impossível.Tudo que pôde fazer foi gritar, chorando de dor. Se esforçou para tentar esticar a perna, mas de jeito nenhum conseguia.Se inclinava um pouco, já acabava pressionando a barriga.Do lado de fora, Ademir franziu as sobrancelhas, preocupado.O que estava acontecendo?Tocou a campainha por tanto tempo e Karina ainda não tinha respondido?Ou estaria brava e por isso não queria abrir a porta?Não podia ser. Por mais irritada que estivesse, Karina jamais o deixaria espe
Karina, claro, não quis ouvir o que ele dizia. Continuava a se debater nos braços dele. Acima de sua cabeça, soou o riso baixo do homem: — Está tentando se livrar de mim de novo? Você acha mesmo que é tão fácil assim? Karina ficou sem palavras. Quando é que ela tentou se livrar dele? Mas, de fato... Ele tinha ajudado Karina bastante. — Então, o que você quer afinal? — O que eu poderia querer? Você não pode pensar algo bom de mim, só uma vez? Ademir a envolvia nos braços, e suas mãos já começavam a se mover, apertando lentamente a panturrilha dela. Com suavidade, perguntou: — Está se sentindo melhor agora? — Estou melhor. Homens realmente tinham mais força que mulheres, e quando massageavam... Era mesmo mais confortável. Karina estava genuinamente grata, então disse: — Obrigada. — É o mínimo que eu poderia fazer. Ao ver que a expressão de Karina havia amolecido, Ademir, embora a contragosto, a colocou de volta na cama e acariciou o rostinho dela, encharca
Karina falou, depois ainda o advertiu:— Não deixe o ferimento entrar em contato com a água, principalmente o do rosto. Se não tomar cuidado, vai acabar ficando com uma cicatriz, e isso não seria nada bom.Embora ele não dependesse da aparência para ganhar a vida, era realmente uma pena que um rosto tão bonito pudesse ficar marcado por uma cicatriz.Depois de guardar a caixa de primeiros socorros, Karina a levou para guardar.Ademir deu uma olhada no ferimento na mão e riu baixinho:— O que você fala nunca bate com o que faz... Você é mesmo uma mentirosa.No fundo do coração de Karina, ela claramente não o odiava tanto assim!Ele pôs o café da manhã na mesa, e Karina saiu do quarto.— Senta logo, coma de uma vez.Ademir puxou a cadeira para ela:— Hoje consigo terminar mais cedo. À noite, te levo para jantar fora. Assim você não fica todos os dias trancada dentro de casa.— Ademir. — Karina tomou um gole da canja de arroz e levantou os olhos para ele.— O que foi?— Você vem aqui todo
— Porém... — Continuou o desconhecido. — Posso te adiantar uma coisa: tenho provas em mãos. Te garanto que a informação é confiável.Karina ficou paralisada e perguntou:— É verdade?O desconhecido soltou uma risada fria:— Repito: além de confiar em mim, você não tem outra escolha. Faltam dois dias, pense bem! Não venha me dizer depois que ainda não decidiu. Quando o prazo acabar, não vou mais esperar!Após dizer isso, a ligação foi encerrada.Karina segurava o celular, as sobrancelhas franzidas com força, mordendo o lábio inferior.Seu instinto lhe dizia que o desconhecido não estava apenas tentando enganá-la. Havia verdade nas palavras dele....No dia seguinte, o desconhecido não ligou novamente.Ademir também cumpriu o que prometeu e não a incomodou.Na terceira noite.Karina recebeu mais uma ligação do desconhecido.— Os três dias se passaram. Já decidiu?— Já.— Ótimo. Vou te enviar a conta.Do outro lado, nem mesmo perguntaram qual foi a decisão de Karina.Pouco depois, uma men
Olhando para o rosto da filha, Lucas percebeu que ela não parecia bem. Parecia estar cheia de preocupações.— Você está se sentindo mal? Ou... Aconteceu alguma coisa?— Não. — Karina se deu conta e balançou a cabeça. — É só que tenho dormido mal ultimamente.— Ah, entendi. — Lucas compreendeu e sorriu levemente. — No fim da gravidez, é difícil mesmo dormir bem. A barriga está grande, não dá para achar uma posição confortável, e ainda tem que levantar no meio da noite para ir ao banheiro... Quando sua mãe estava grávida de você, também era assim...Ao dizer isso, ele parou de repente.Os dois ficaram em silêncio, como se tivessem combinado.Ele, afinal, não tinha mais o direito de mencionar Heloísa.Karina não quis continuar o assunto, simplesmente fechou os olhos e se recostou no encosto do banco.Só quando o carro parou foi que Karina abriu os olhos.— Aqui? — Ao descer do carro e ver o prédio alto diante de si, Karina ficou bastante confusa. — O que a gente veio fazer aqui?— Entra q