— De certa forma, sim. — Karina sorriu, não negando.
A enfermeira, ao ouvir isso, não conseguiu se conter e falou mais:
— Como você é cirurgiã, sabe como é, né? No caso de um parente com esse problema, sem o transplante de fígado, cada tratamento só gasta dinheiro e ainda agrava o estado físico. O que importa é quanto tempo ele vai aguentar.
— Obrigada. — Karina devolveu o prontuário à enfermeira. — Por favor, cuide bem dele.
— Pode deixar, Dra. Costa. Fique tranquila.
Ao sair do hospital, Karina se sentiu ainda mais preocupada. Não havia mais alternativas viáveis. Será que ela e o Catarino realmente teriam que doar um fígado? Ela não queria isso.
Só de pensar em tudo o que Lucas fez com ela e seu irmão ao longo dos anos, a raiva se espalhou dentro dela. Como poderia ela se dispor a doar um fígado para ele? Era impensável.
À tarde, começou a chover.
Ainda não eram nem cinco horas quando Karina recebeu uma ligação de Ademir.
— Estou quase chegando no Hospital J, ainda é cedo, podemos pa