Ao entrar no escritório, Ademir se sentou na cadeira e acendeu um cigarro.
Em poucos segundos, a fumaça envolveu seu rosto, tornando ele indistinto na penumbra.
...
Três da madrugada.
Bruno olhou para Karina, que estava no banco de trás, e perguntou:
— Karina, quer continuar andando por aí?
Disse "andando", mas na verdade ele estava apenas dirigindo sem destino.
Karina, encostada na janela, permanecia absorta, sem um pensamento claro na mente.
— Ou então... — Bruno sugeriu. — Que tal ligar para o Ademir?
Poderia ao menos verificar se ele já tinha voltado para casa. Não poderiam passar a noite toda rodando pela cidade. Ele, como homem, até aguentaria, mas Karina estava grávida.
— Não, não precisa. — Karina balançou a cabeça sem a menor hesitação.
Ela sabia bem como funcionava. Quando Ademir estava com Vitória, ele nunca atendia suas ligações. Não era a primeira vez, sempre foi assim.
— Onde estamos agora?
— Estamos quase saindo da Cidade J e entrando na cidade vizinha.
Karina ficou em s