Karina franziu a testa e perguntou:
— Em um lugar como este, que jeito você pode dar?
— Como vou saber sem tentar? — Ademir ergueu a sobrancelha e saiu.
Depois de pensar por um momento, Karina decidiu descer as escadas. Escutou Ademir conversando com o senhor idoso, o dono da casa.
— Mas o supermercado mais próximo fica longe. Se você for de carro, vai acabar voltando só de manhã.
Além disso, estava caindo uma chuva forte lá fora.
— Não tem problema, sou forte. — Ademir se virou para a anfitriã, que o olhava com doçura e carinho. — Por favor, cuide da minha esposa para mim.
— Claro, querido. — A senhora acariciou a mão dele e olhou para o marido. — Deixe ele ir. Quando você era jovem, não fazia o mesmo por mim?
O homem sorriu e disse:
— Está bem, vou tirar o carro da garagem.
— Filho, é melhor vestir uma capa de chuva. Tem uma lá na garagem.
— Certo. — Ademir seguiu até a garagem e voltou com uma capa de chuva.
Na entrada, Karina estava parada, observando ele com uma expressão visivelm